Cerca de R$ 40 milhões ao ano voltarão a ser injetados na economia de Mato Grosso a partir de 2008, com o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Essa é a média que o Estado vinha recolhendo nos últimos quatro anos aos cofres da União com o pagamento do tributo, que deveria ser temporário mas vinha sendo prorrogado desde sua criação, em 1996.
Somente nos primeiros 10 meses de 2007, Mato Grosso arrecadou R$ 46,410 milhões de CPMF, ou 0,11% do montante de R$ 40 bilhões arrecadado no país. A arrecadação até outubro é mais que todo o ano passado, quando os mato-grossenses contribuíram com R$ 43,666 milhões. A rejeição do Senado para o pedido de prorrogação da CPMF até 2011 foi considerado ontem como uma vitória nos setores da indústria, comércio e agropecuária do Estado.
O presidente em exercício da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), Júlio Parreira, por exemplo, cita dois fatos positivos. Um deles é o fim da cobrança em si. O outro é o resultado que isso trará em forma de pressão para que o governo acelere o processo de reforma tributária. Ele lembra que a Fiemt foi uma das entidades que se empenharam para acabar com o tributo.
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, também considera positivo o fim da CPMF. Ele frisa que apesar da renda do produtor estar pequena, a movimentação de dinheiro na agricultura e pecuária é expressiva e fica onerada pelo tributo.Prado afirma não querer acreditar que o governo tente aumentar outros impostos para fazer a compensação, como já foi aventado ontem pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. “Se o Senado não votou a prorrogação da CPMF é porque o país pode caminhar muito bem sem ela”.