Um levantamento feito pela Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt) revela que, entre 2002 e 2006, houve aumento dos empregos formais em todos os segmentos da economia estadual. O saldo registrou 114.994 vagas, número equivalente à média anual de 30 mil novas vagas e/ou recontratações. Tal desempenho pode ser crédito da iniciativa privada, responsável por 79.835 vagas geradas – somatório dos empregos formais na indústria, comércio e serviços e na agropecuária – contra apenas 35.159 da administração pública.
Segundo o presidente Piero Parini, apesar dos representativos números, a informalidade no Estado ainda é grande. “Se considerarmos os dados da população economicamente ativa, estimada em 1,48 milhão de pessoas, chegaremos ao resultado de apenas 34% de trabalhadores formais em Mato Grosso”. Parini complementa ressaltando que a informalidade tem sido uma realidade no Brasil, pois representa a busca de alternativas de trabalho das atividades produtivas. “A causa maior é o custo do emprego social sobre salário, que tira a possibilidade de apostar na formalidade”.
Contudo, os dados revelam que no 1º trimestre deste ano houve forte recuperação dos empregos formais em Mato Grosso, com relação ao mesmo período dos últimos dois anos, registrando saldo de 4.866 vagas e/ou recontratações. Em 1º de janeiro de 2007 foram registradas 97.024 vagas, ou seja, 57% de empregos industriais em todo o Estado. Tais vagas estão fortemente concentradas em Cuiabá e Várzea Grande, que respondem por 36% dos empregos formais da indústria, sendo que Rondonópolis, Sinop, Tangará da Serra, Barra do Garças e Sorriso correspondem ao restante, ou seja, 64% do total das vagas formais ocupadas.
Em março deste ano houve evolução do emprego formal em Mato Grosso, segundo o assessor econômico da Fiemt, Carlos Vitor Timo, que registrou crescimento de 55%. Em março de 2005, a indústria respondia por 20% dos empregos formais. “Os dados confirmam: a indústria superou o setor agropecuário e o de comércio e serviços. Neste ano é importante registrar a recuperação dos empregos formais na construção civil, que passaram de um corte de 376 vagas em 2006 e 217 em 2005, para a geração de 491 vagas formais em março de 2007”.
Outro segmento de destaque foi o da indústria de transformação, que obteve crescimento significativo na comparação dos primeiros trimestres de 2005, 2006 e 2007, com saldo de 2.259, 4.551 e 5.006 vagas, respectivamente. “O Estado felizmente mostrou números positivos de crescimento e, diante do esperado retorno que a indústria de transformação apresentará nos próximos anos, com a valorização da exportação de produtos transformados como biodiesel, e demais resultantes do processamento da carne, algodão, milho, cana-de-açúcar etc., a tendência é aumentar ainda mais”, enfatiza o presidente da Fiemt.
O assessor econômico da Fiemt finaliza focando também o extrativismo mineral como grande impulsionador do crescimento para os próximos anos. “O Estado tem feito trabalhos de pesquisa e mapeamento de solo para tal atividade e o sub-solo de Mato Grosso está sendo conhecido agora. Já produzimos concentrado de zinco e cobre no município de Rio Branco, e tudo indica que um forte segmento a apresentar números positivos nos próximos anos será o mineral não-metálico”.
No primeiro trimestre de 2007, foram criados 399.628 mil empregos (1,44%), o que corresponde, também, ao maior crescimento absoluto da série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).