O dólar acentuou a baixa nesta terça-feira e fechou novamente no menor nível desde 10 de maio de 2006, em meio a um cenário de otimismo com emergentes.
A divisa norte-americana caiu 0,43 por cento e fechou a 2,085 reais. Na mínima, a moeda recuou a 2,080 reais.
A aposta nos mercados emergentes foi reforçada depois que dados recentes dos Estados Unidos indicando inflação comportada sugeriram que o Federal Reserve não tem motivos para elevar o juro por lá. Com isso, os ativos de emergentes que oferecem maior retorno se tornam mais atrativos.
“O ambiente é totalmente favorável, ambiente externo positivo, a perspectiva é de continuidade do fluxo forte, o ritmo da redução da Selic diminuiu, isso ainda eleva a atratividade dos juros brasileiros para o investidor estrangeiro”, resumiu Miriam Tavares, diretora de câmbio da AGK Corretora.
“A gente acha que não existe um piso, o que segura um pouco é a expectativa de que o Banco Central aumente as compras”, completou ela.
Essa expectativa do mercado ainda não se confirmou nesta sessão. No leilão de compra de dólares, operadores disseram que a autoridade monetária aceitou uma proposta. Vale ressaltar, porém, que alguns bancos não divulgam suas taxas ao mercado.
O diretor de câmbio da corretora Novação, Mário Battistel, citou também o superávit comercial forte e o fato de o dólar estar perdendo terreno para outras moedas.
A divisa norte-americana recuava à tarde em relação ao euro e à libra esterlina, em meio a expectativas sobre a reunião do G7 (grupo dos sete países mais industrializados do mundo) no fim da semana, que deve abordar a questão do câmbio.
“Não tem nada que mude, poderia ser uma intervenção forte do BC, mas a gente sabe que não tem acontecido, ou então alguma saída muito forte, mas a gente não tem ouvido isso no mercado”, completou Battistel.
Operadores citaram ainda que os bancos vêm ampliando suas posições vendidas em dólar, colaborando ainda mais para a moeda norte-americana acentuar a curva de queda.