O dólar encerrou novamente em alta de mais de 1% nesta quarta-feira, em meio a um forte movimento de redução de posições vendidas. A divisa subiu 1,41% e fechou a R$ 2,444, no maior nível do dia.
Segundo analistas, o mercado ainda refletiu nesta sessão os comentários feitos na véspera pelo diretor de Política Monetária do Banco Central, Rodrigo Azevedo, de que o BC pode retomar as compras de dólares se as condições permitirem.
“Ontem, depois que o Azevedo falou que ainda tinha espaço para recompor as reservas, o mercado acordou para um fato: de que está todo mundo muito vendido”, apontou Miriam Tavares, diretora de câmbio da AGK Corretora.
“Então as tesourarias foram ajustar posições só pela possibilidade de o BC voltar ao mercado.”
Dados desta manhã mostraram que o fluxo cambial de maio ficou negativo em US$ 811 milhões, mas os bancos acentuaram suas posições vendidas para US$ 3,311 bilhões.
Analistas destacaram que o saldo negativo não surpreendeu tanto já que as operações financeiras vinham mostrando um déficit alto desde abril, e o número principal foi o registro de posições vendidas.
“O volume de posições vendidas é muito grande e, contando que não tem tanto dólar assim entrando no mercado, o pessoal optou por reduzir um pouco isso”, disse Jorge Knauer, gerente de câmbio do banco Prósper.
A diretora da AGK destacou, no entanto, que o movimento de zeragem de posição vendida não deve continuar de forma acentuada nos próximos dias. “Até porque, se começam a puxar muito a taxa, ela vai deixar de ser atrativa para o BC, deixa de ser oportuna a entrada dele.”
Ela acredita que o dólar deve ficar próximo do nível atual até que se confirme o retorno da autoridade monetária. Há mais de dois meses o BC não realiza leilões de compra de dólares e de swaps cambiais invertidos.
“E ainda não é o momento de fazer hedge em dólar. O cenário ainda é de queda do dólar”, disse Miriam, citando a taxa básica de jur