O dólar fechou em alta pelo segundo dia seguido nesta quarta-feira, acompanhando a volatilidade dos mercados globais em meio às incertezas dos investidores sobre os pacotes de estímulo econômico e ajuda financeira dos Estados Unidos.
A moeda norte-americana fechou a R$ 2,290, em alta de 0,26%, após ter chegado a subir 0,79% e a cair 0,88%. Na véspera, o dólar avançou 2%.
“A crise básica é dos Estados Unidos. Por mais que o Brasil tome medidas, é tudo paliativo. Só haverá horizonte positivo, quando eles (os EUA) fecharem um plano de estímulo econômico definitivo”, avaliou Marcelo Voss, economista-chefe da corretora Liquidez.
Na terça-feira, o Senado norte-americano aprovou uma proposta para o pacote de estímulo econômico do país. Agora, o Congresso deve chegar a um acordo entre essa versão e a da Câmara dos Deputados, aprovada há duas semanas, para a votação final.
O secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, também anunciou na véspera um plano de resgate a bancos, abrangendo, entre outras medidas, a retirada de até US$ 500 bilhões em ativos podres das instituições.
O impacto inicial dos anúncios foi negativo porque os investidores avaliaram que faltam detalhes do plano financeiro e ainda há dúvidas em relação à eficácia das intervenções.
Depois de ter chegado a subir em torno de 2% nesta sessão, o principal índice de ações da Bovespa recuava mais de 1% no final da tarde. Os indicadores acionários norte-americanos também mostravam volatilidade.
Nesta quarta-feira, o Banco Central vendeu toda a oferta de US$ 1 bilhão em um leilão de venda da moeda norte-americana para o financiamento das exportações.
O BC também realiza nesta sessão pesquisa de demanda para medir as condições de mercado para a realização de um leilão de “swap” cambial na quinta-feira, com o objetivo de iniciar a rolagem de um lote de contratos que vence no início de março.
A autoridade monetária divulgou ainda que o fluxo cambial do país ficou positivo em US$ 345 milhões em fevereiro até o dia 6.