O dólar encerrou em leve baixa nesta segunda-feira, acompanhando a desvalorização da moeda no campo externo, mas com volume reduzido de negócios.
A divisa norte-americana terminou o dia com queda de 0,14 por cento, a 2,136 reais na ponta de venda. Na mínima da sessão, chegou a recuar 0,37 por cento, para 2,131 reais.
“O movimento foi muito fraco. Lá fora, todas as moedas se valorizando (frente ao dólar); aqui, na maior parte do dia, isso também aconteceu, mas só não valorizou mais pela atuação do Banco Central e o volume baixo”, resumiu o diretor de câmbio da corretora Novação, Mário Battistel.
Segundo ele, por volta das 16 horas, o volume de negócios registrados no segmento interbancário era de apenas 1,08 bilhão de dólares — contra a média no mesmo horário de 1,5 bilhão de dólares.
No leilão de compra de dólares desta sessão, o BC aceitou 20 propostas, com taxa de corte a 2,133 reais.
O diretor acrescentou ainda que a expectativa por mais um corte na taxa básica de juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom) colocou alguns investidores na ponta de compra, impedindo que o dólar acompanhasse internamente o movimento externo.
O Copom anuncia sua decisão sobre a taxa Selic na quarta-feira e a grande maioria do mercado espera um corte de 0,75 ponto percentual.
No campo externo, o dólar perdia força frente a outras divisas nesta tarde, com apostas crescentes de que o ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos pode estar perto do fim.
MENOR VOLATILIDADE
O responsável por câmbio do banco ING, Alexandre Vasarhelyi, lembrou que, nas últimas dez sessões, o dólar tem se sustentado entre 2,13 e 2,15 reais, e a volatilidade do mercado diminuiu, com poucas oscilações ao longo do dia.
“O que é interessante é que Mantega assume (como novo ministro da Fazenda), o dólar chega a 2,24 (reais), volta para o 2,14 e fica estável por um período bastante grande”, destacou o profissional.
“Talvez a leitura do mercado seja de que o novo ministro da Fazenda vai trazer mais estabilidade para a moeda, já que ele vem declarando que o real já atingiu um patamar mais apreciado”, completou Vasarhelyi.
Battistel, da Novação, acredita que o preço baixo do dólar atualmente também acaba contendo uma queda mais acentuada da moeda em relação ao real, apesar da baixa mais forte da divisa norte-americana no mercado mundial.