O dólar comercial subiu pelo terceiro dia consecutivo nesta sexta-feira, na esteira da preocupação global com o declínio no preço de commodities e com o rumo do juro nos Estados Unidos.
O dólar fechou em alta de 0,37%, a R$ 2,153. Na semana, a moeda acumulou ganho de 0,8%.
O principal dado do dia foi o relatório de emprego nos Estados Unidos, que mostrou criação de 167 mil vagas em dezembro, bem acima do esperado por economistas.
O número chegou a animar brevemente os mercados internacionais ao mostrar que a economia dos EUA segue firme, mas a perspectiva de que o Federal Reserve pode manter o juro inalterado por algum tempo preocupou os investidores.
“Está tudo misturado, DI, dólar, Bolsa, Bolsas lá fora ruins, o mercado de commodities está ruim, as moedas de emergentes estão sofrendo e a gente acaba indo junto”, resumiu o gerente de câmbio de um banco nacional, que não quis ser identificado.
O principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo caía mais de 3%, os títulos da dívida externa brasileira recuavam e a maioria das projeções de juro na Bolsa de Mercadorias & Futuros subiu.
Nos EUA, as Bolsas operavam em queda e o rendimento dos Treasuries subia para cerca de 4,67%.
Entre as commodities, as principais perdas estavam nos contratos de petróleo, nos menores níveis desde 2005, em torno de US$ 55 por barril.
Além do tom negativo nos mercados externos, o reforço das atuações do Banco Central na semana também colaborou para dar sustentação à divisa norte-americana.
O BC fez leilão de compra de dólares perto do fechamento e aceitou cinco propostas, com corte a R$ 2,149. Na quinta-feira, as reservas internacionais atingiram o maior nível histórico, de US$ 86,9 bilhões.
De acordo com Francisco Carvalho, gerente de câmbio da corretora Liquidez, o preço considerado baixo do dólar também atrai compras pelas tesourarias.
Os contratos de dólar futuro subiam na Bolsa de Mercadorias & Futuros, e o dólar para fevereiro estava em R$ 2,163.