O dólar encerrou agosto com queda acumulada de 0,97%, cotado a R$ 2,357, depois de um mês de ampla volatilidade devido às preocupações políticas.
Somente nesta quarta-feira, a disputa de tesourarias para formação da última Ptax (taxa média do dólar) do mês fez o dólar recuar 1,17% – o que reforçou o declínio de agosto.
“É a briga no (segmento) interbancário e os vendidos estão em posição mais forte”, afirmou Mário Battistel, diretor de câmbio da corretora Novação, acrescentando que o volume de negócios foi maior que nos dias anteriores.
No ano, a queda acumulada pela moeda norte-americana é de 11,19%.
De acordo com Alex Agostini, economista-chefe da Global Invest, a tranquilidade no noticiário político nos últimos dias foi decisiva para que o dólar se firmasse na trajetória de queda sobre o real.
“Entramos essa semana com um pouco de tranquilidade porque esvaziou a agenda de depoimentos. Então a taxa de câmbio volta à sua trajetória normal, que é a de valorização (do real).”
Ele lembrou que as sessões de forte volatilidade refletiram a reação dos investidores ao noticiário político e não aos fundamentos econômicos.
“Essa oscilação ao longo do mês de agosto ocorreu dos depoimentos nas CPIs, das novas revelações que ocorreram, da recente acusação contra o (ministro da Fazenda) Palocci”, disse Agostini.
Para a diretora de câmbio da AGK Corretora, Miriam Tavares, o dólar procurou se sustentar na faixa entre 2,35 e 2,40 reais por conta do equilíbrio entre fatores que atuavam contra ou a favor do câmbio.
“De um lado tem a balança comercial e a expectativa de continuidade dos ingressos financeiros pesando a favor da apreciação do real. Do outro, tem o cenário político e, nos últimos dias, a preocupação com o petróleo.”