O dólar comercial operou praticamente durante todo o dia em compasso de espera pela definição dos juros nos Estados Unidos. Próximo ao fechamento dos negócios, o Federal Reserve (Fed, banco central) anunciou alta de 0,25 ponto percentual na taxa, para 3,75% ao ano. A alta já era esperada e o comunicado do Fed, ao divulgar a nova taxa, apenas confirmou a expectativa de continuidade no ritmo moderado do aperto monetário.A decisão do comitê norte-americano mantém o cenário de curto prazo de valorização do real sobre o dólar.
Nas últimas ofertas do dia, a moeda foi negociada a R$ 2,301 na venda, com valorização de 0,31%, com o mercado receoso com o depoimento de Toninho da Barcelona na CPI e pressionado pela valorização do dólar no exterior. Na mínima do dia, a moeda dos EUA saiu a R$ 2,291 (-0,13%).Com os juros baixos nos Estados Unidos, a tendência é que investidores globais continuem buscando ganhos maiores em países emergentes. No Brasil, além do fluxo comercial positivo por conta das exportações, a Selic a 19,50% ao ano tem sido determinante para o ingresso de capital especulativo no País, de olho nos ganhos em reais, o que ajuda a apreciar a moeda local em detrimento do dólar.
Para reforçar ainda mais este cenário, as captações de empresas privadas no exterior deixam a porta aberta para uma maior entrada de recursos no País.”Hoje é difícil saber até onde o dólar pode cair, uma vez que não há comprador no mercado”, disse um profissional, acrescentando que parte do mercado acreditava que o dólar abaixo de R$ 2,30 provocaria o retorno dos leilões de compra do Banco Central, o que não ocorreu até então.