O dólar encerrou a semana em queda, acompanhando o movimento de desvalorização da moeda no campo externo e a tranquilidade no noticiário político.
A divisa norte-americana terminou a sexta-feira com baixa de 1,31 por cento, a 2,332 reais. Na semana, o declínio acumulado foi de 2,95 por cento.
“A variável mais importante é o dólar, que está apanhando contra todas as moedas do mundo, não só o real”, comentou Alexandre Vasarhelyi, responsável por câmbio do banco ING.
Nesta tarde, o dólar perdia terreno em relação ao euro e outras divisas, com o mercado preocupado sobre o impacto do furacão Katrina na economia norte-americana.
Os números de criação de postos de trabalho dos Estados Unidos divulgados nesta manhã não ajudaram a amenizar a pressão sobre o dólar já que muitos analistas acreditam que o relatório de agosto não refletiu o período depois da passagem do furacão.
No campo interno, a ausência de notícias relevantes sobre o quadro político deu espaço para que os investidores ficassem mais tranquilos.
“A falta de novos fatos também tranquiliza, aquele risco embutido nos preços começa a diminuir”, afirmou Vasarhelyi.
Segundo Mário Battistel, diretor de câmbio da corretora Novação, ingressos de recursos também favoreceram a apreciação do real.
“Lá fora (tem) o dólar desvalorizado, aqui sem nenhuma novidade política preocupante e com saldo de exportação… tudo foi favorável”, afirmou ele.
Para o diretor de câmbio da corretora Pioneer, João Medeiros, a continuidade dos ingressos deve permitir que o dólar recue até perto de 2,30 reais. “Contra fluxo (positivo) não há argumento.”
Os analistas disseram que o volume de negócios foi um pouco mais fraco, especialmente com o feriado nos Estados Unidos na segunda-feira. Minutos antes do fechamento, o volume no segmento interbancário estava em cerca de 1 bilhão de dólares –ante um volume de mais de 2 bilhões de dólares nas duas últimas sessões de agosto.