O dólar encerrou em alta de 0,66% nesta quarta-feira, a R$ 2,279, com os investidores atentos ao aumento do rendimento pago pelos Treasuries (títulos do Tesouro americano).
O leilão de compra de dólares realizado pelo Banco Central na parte da tarde ajudou a acelerar a alta do moeda norte-americana. Segundo operadores, o BC aceitou 15 propostas feitas por 15 dealers, com taxa de corte a R$ 2,274. Foi o 16º leilão de compra do mês de outubro.
“O dólar está se ajustando devagar, o mercado sabe que o BC tem atendido todo dia e isso dá uma tranquilidade para o dólar não escorregar tanto”, comentou o analista de mercado da corretora Souza Barros, Hideaki Iha.
No mês de outubro, o dólar já acumula avanço de 2,2%, impulsionado principalmente pelas compras do BC.
“E o mercado olhou lá fora de novo, principalmente os Treasuries. No fechamento de ontem o mercado já tinha começado a olhar.”
O rendimento dos títulos norte-americanos subia pelo segundo dia consecutivo, em meio a expectativa de que o Federal Reserve deverá prolongar o aperto monetário nos Estados Unidos para conter o avanço da inflação no país.
Nesta tarde, o yield dos Treasuries de dez anos estava em cerca de 4,58%. O aumento do rendimento pago pelos títulos norte-americanos acaba reduzindo a atratividade dos títulos de países emergentes.
Os papéis da dívida externa brasileira perdiam força nesta sessão, mas o risco Brasil, entretanto, recuava para os 361 pontos-básicos sobre os Treasuries.
Operadores disseram ainda que algumas remessas de recursos no dia pressionaram o câmbio. No mês de setembro, o fluxo cambial ficou negativo em cerca de US$ 1,3 bilhão, de acordo com dados do Banco Central divulgados nesta quarta-feira.
No campo interno, o mercado estará atento na próxima sessão à divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central. Mas o analista da Corretora Souza Barros acredita que não deve ter muita pressão no real pois o mercado já trabalha com expectativa de outro corte de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, na reunião de novembro do Copom.