Dólar cai e fecha em R$ 2,15

O primeiro dia de negócios após a eleição foi de otimismo no mercado de câmbio, com a definição de segundo turno na disputa presidencial. O dólar recuou 0,60 por cento nesta segunda-feira e fechou a 2,158 reais.
A disputa entre o presidente-candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PT) foi recebida de forma positiva pelos investidores, que aumentaram as vendas de dólares logo pela manhã, disseram operadores.
“O pessoal reagiu bem ao segundo turno, com Alckmin subindo na reta final. O mercado gostou”, disse Júlio César Vogeler, operador de câmbio da Corretora Didier Levy.
“Agora o pessoal vai ter tempo de analisar propostas, Lula vai ter que participar dos debates e vamos ver quem tem mais apoio.”
Alexandre Vasarhelyi, responsável pela área de câmbio no banco ING, ponderou que há um receio de que “a temperatura da campanha continue esquentando”.
Ele acredita ainda que o mercado pode operar em compasso de espera até que saiam as primeiras pesquisas de intenção de voto.
O bom desempenho dos títulos da dívida externa brasileira e o declínio do risco-país reforçaram a disposição das tesourarias em vender a moeda norte-americana.
O leilão de compra de dólares feito pelo Banco Central não foi suficiente para enxugar a liquidez do mercado.
Outro fator de otimismo no câmbio foi o desempenho da balança comercial em setembro. Ainda que o superávit tenha diminuído frente ao mês anterior, para 4,428 bilhões de dólares, foi o terceiro melhor resultado do ano.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior espera saldo positivo de 44 bilhões de dólares neste ano. De janeiro a setembro, o superávit acumulado é de 34,002 bilhões de dólares.