Após esboçar uma forte alta nos primeiros negócios, o dólar encerrou com ligeira baixa nesta quinta-feira, em uma sessão volátil em meio à nova turbulência nos mercados globais com o aumento da aversão ao risco dos investidores e o temor de uma desaceleração da economia norte-americana.
A moeda norte-americana fechou em queda de 0,09%, vendida a R$ 2,119. O dólar chegou a subir 0,99% durante a manhã, batendo os R$ 2,142.
O pico foi registrado em meio ao nervosismo dos investidores no mercado global, que viram uma nova queda na Bolsa de Xangai após breve recuperação na véspera. O índice registrou perda de 2,91% na quinta-feira.
A valorização do iene contra o dólar também afetava os mercados, com o temor de que os carry trades fiquem menos atrativos. Nesta operação, os investidores tomam empréstimos baratos em iene, e investem o capital em aplicações de alto rendimento em mercados de risco, como os países emergentes.
Mas a divulgação de que o setor manufatureiro dos Estados Unidos esteve mais forte que o esperado em fevereiro acalmou os mercados.
“Isso acabou sendo o contraponto para todo o nervosismo gerado com a queda de Xangai”, disse Hélio Ozaki, gerente de câmbio do Banco Rendimento.
O índice do Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) apontou uma leitura de 52,3, o que indica uma leve expansão do setor industrial no mês. No início da semana, o ex-chairman do Federal Reserve Alan Greenspan disse que os Estados Unidos podem entrar em recessão até o final do ano, o que assustou os investidores.
“O índice acabou relaxando bem os agentes, a própria bolsa dos EUA acabou reduzindo as perdas, acabou repercutindo no mercado”, explicou Ozaki.
Para ele, o mercado está muito volátil, “e diante dessa circustância, os indicadores acabam tomando mais importância, o que demonstra bem o grau de sensibilidade do mercado”.
O Banco Central realizou um novo leilão de compra de dólar, mas a autoridade monetária aceitou apenas duas propostas, e a operação não teve força para reverter a trajetória final de queda do final dos negócios.
Na véspera, segundo relatório do diretor executivo da corretora NGO, Sidnei Nehme, o BC entrou com força e comprou US$ 1,45 bilhão.