O diretor-técnico da Energisa (concessionária de energia) Alessandro Brum foi à Assembleia Legislativa explica para deputados da Comissão da Defesa Consumidor e do Contribuinte o aumento de energia elétrica no primeiro semestre e as alterações das bandeiras tarifárias. A energia elétrica em Mato Grosso, em março, ficou, em média, 26,08% mais cara para, respondendo por mais da metade da inflação oficial no mês. O custo da energia acumula inflação de 60,42%, do período de 12 meses, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março.
“Esse aumento está baseado na queda de 10% da geração vinda da matriz hídrica e nosso objetivo é trazer esclarecimento para a população sobre os reajustes. Esse impacto no bolso do consumidor foi sentido também com a inclusão a bandeira tarifária que, neste mês, ficou vermelha”, disse Brum, acrescentando que a bandeira tarifária é um custo extra que o consumidor precisa pagar quando as usinas termelétricas são acionadas para produzir energia. “A energia produzida por essas usinas é mais cara do que a produzida pelas usinas hidrelétricas. Como as térmicas estão sendo usadas com frequência, a bandeira tarifária está vermelha, a mais cara”, revelou ele.
Na avaliação da superintendente do Procon, Gizela Simona de Souza, a alta da energia tem não só impacto direto no bolso do consumidor, que paga sua conta de luz, mas também tem efeito indireto no preço de outros produtos, pois aumenta o custo dos produtores e fornecedores de serviços aos consumidores.
Segundo o Procon, um dos motivos que justifica esse aumento foi o remapeamento feito pela empresa que mudou a etapa do faturamento. Ou seja, antes as faturas registravam o consumo de 27 a 33 dias. Com a mudança da data de faturamento, algumas contas chegaram com 47 dias de consumo, o que aumentou o valor final consideravelmente.
“O índice de reajustes nas contas de energia elétrica tem assustado os consumidores e um dos motivos são as mudanças de etapas sobre as leituras realizadas pela empresa, que, ao invés de cobrar por trinta dias, as taxas são efetuadas por quarenta dias e no mês seguinte não é feito o desconto dos dez dias”, questionou ela. “São situações que ocorrem sem respostas da empresa e impactam no bolso do consumidor no final do mês”, afirmou Gizela
O deputado Eduardo Botelho (PSB) não poupou críticas a empresa que controla os trabalhos da energia elétrica em Mato Grosso. Botelho também citou a Rede/Cemat que deixou uma dívida acima de R$ 2 bilhões. “O grupo Rede afundou o Estado com dívidas exorbitantes, e recentemente, a Energisa fechou algumas agências de atendimento, como por exemplo, a do bairro Cristo Rei, em Várzea Grande. Por isso, é de suma importância as explicações da diretoria da empresa”, criticou, através da assessoria.