A descoberta de uma jazida de fosfato (a maior do Brasil) no município de Planalto de Serra, a 300 km de Cuiabá, deverá ser a tábua de salvação da agricultura mato-grossense. O mineral é o principal adubo orgânico utilizado no plantio da soja e do algodão e a sua produção, em escala industrial no Estado, irá baratear em quase metade o custeio das duas lavouras. Ao mesmo tempo, abriu uma disputa intensa entre as grandes tradings sediadas em Mato Grosso.
Mesmo com o dólar com a cotação atual, considerada “ruim” para os negócios externos, o plantio da soja e do algodão, será lucrativo para o produtor – o que poderá representar um novo “boom” da agricultura mato-grossense, transformando o Estado na Califórnia brasileira. O problema, no entanto, é que a produção comercial do fosfato, segundo informações, está sendo disputada pelas grandes tradings como a ADM, Bunge, Cargil, Coimbra e a Amaggi.
Esse fato, inclusive, está atrasando a instalação da indústria para o processamento do produto. Cálculos apontam para a necessidade de investimentos da ordem de R$ 300 milhões para a produção em escala comercial do fosfato.
A Famato, de acordo com uma fonte, defende a entrega da produção do adubo a AMaggi, argumentando que a empresa é mato-grossense e tem “know-how” para industrializar o fosfato . Por outro lado, não foi sem razão que a Petrobrás decidiu instalar uma fábrica de fertilizantes em Mato Grosso. Mesmo com os desmentidos sobre a decisão. A estatal pretende aproveitar o novo crescimento da agricultura mato-grossense a seu favor. E não será nenhuma novidade para a classe produtora se a empresa vier assumir a industrialização do fosfato.
Mas enquanto as tradings disputavam nos bastidores a produção do adubo, um empresário goiano entrou junto ao DNPM requerendo a área, onde está localizada a jazida. Agora, a industrialização do fosfato poderá sofrer atrasos ainda maiores, prejudicando a agricultura mato-grossense.