quinta-feira, 28/março/2024
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Crise no agronegócio afeta o comércio de Sinop

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Os números de março do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito – da CDL) mostram que as consultas em Sinop aumentaram 23% em relação ao mesmo período de 2004. Outra entidade o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) aponta em sua pesquisa mensal de Comércio o aumento de 1,32% nas vendas do comércio varejista brasileiro. Entretanto estes números não significam que o comércio esteja passando por uma boa fase.

“No caso das consultas ao SPC acredito que o aumento delas seja mais um reflexo da desconfiança do comerciante com a inadimplência gerada pela crise que o agronegócio está enfrentando este ano”, explica Afonso Teschima Junior, presidente da CDL Sinop. Já o número do IBGE deixa claro que a crise é nacional já que este é o pior índice de crescimento dos últimos 15 meses. Para se ter uma idéia em Janeiro as vendas cresceram 6,24% e em Dezembro elas cresceram 12%.

A crise em Sinop é típica da região que tem sua economia baseada no agronegócio e na extração da madeira. O ano não começou bem para os produtores que não estão conseguindo escoar a safra. “Com a saca do arroz a 13 reais e a saca de soja a 20 não tem empresário rural que venda sua produção e em conseqüência disto o dinheiro deixa de circular e o comércio sente esta escassez”, disse Afonso.

Todos os ramos do comércio estão sentindo a crise. Reginaldo Vieira, proprietário da Loja de Confecções Gaúcha comenta que a crise só não é pior porque sua loja possui diversas seções e atende a todo o tipo de consumidor, “Existe uma camada de consumidores que estão envolvidas com o agronegócio e que realmente diminuiu sua compras mas o consumo continua, a diferença é que agora a pessoa opta por produtos mais baratos”.

A inadimplência é outro problema que veio junto com a crise. Segundo a empresária Isabel Tomazeli Grieblier, proprietária da Loja de Confecções Jaisa, não foi possível detectar grande queda nas vendas mas ela admite que elas poderiam estar bem melhores. “Estamos esperando que a situação melhore porque a inadimplência nunca foi tão grande”, preocupa-se Isabel.

Quem também sente a inadimplência são os empresários das lojas de móveis e eletrodomésticos. Arlei Nogueira de Souza, encarregado administrativo da Loja Ponto Certo e José de Jesus Herrera, gerente geral da Loja Martinello concordam neste aspecto, “a inadimplência tem atrapalhado a equipe na hora de fechar as metas do mês”.

No meio da crise o gerente comercial do Grupo Supermercadista Machado, Gustavo P. Martins, identifica uma mudança de comportamento entre seus clientes, “Notamos que os carrinhos estão levando mais produtos de primeira necessidade e não há mais espaço para o supérfluo. E se os preços do agronegócio não melhorarem a tendência deste ano é de que este comportamento permaneça e as pessoas comprem cada vez mais o básico”.

O presidente da CDL Sinop, Afonso Teschima Junior tem uma certeza, “2005 não será como 2004, mas a esperança é de que haja uma melhora lenta e gradativa e que não chegue a prejudicar o comércio a ponto de vermos lojas fechando, porque já temos informações de pequenos empresários que estão com a corda no pescoço”.

A Câmara de Dirigentes Lojistas de Sinop tem tentado manter o comerciante local otimista, trazendo palestras motivacionais e fazendo campanhas em datas comemorativas, entretanto Afonso acredita que a saída da crise está nas mãos do Governo Federal. “Precisamos da valorização dos nossos produtos senão, não conseguiremos sair da crise, se o governo continuar taxando nossa saca de arroz em 12,90 reais e importar a mesma saca a 28 reais não há otimismo que resista”, desabafa.

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