O consumo de energia elétrica em Mato Grosso cresceu 7,1% no mercado livre e 5,4% no mercado cativo em julho deste ano, sobre igual período do ano passado. Segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), no Ambiente de Contratação Regulada (ACR) foram consumidos, em média, 834 megawatts (MW) em julho, ante 791 MW em julho de 2015. Deste mercado participam as geradoras, distribuidoras e comercializadoras, sendo que estas (comercializadoras) podem negociar a energia contratada nos leilões do governo federal.
No mercado livre, a demanda cresceu mais e chegou à media de 154 MW em julho, ante a média de 144 MW em 2015. O ambiente livre é assim identificado porque permite a negociação independente entre compradores e vendedores. Participam deste mercado as geradoras, comercializadora e consumidores livres e especiais, como os empreendimentos com alta demanda de energia.
Em julho, a elevação da temperatura contribuiu para o aumento anual do consumo nos 2 mercados (cativo e livre), segundo a CCEE. E a demanda cresceu mais no mercado livre porque muitos consumidores migraram do mercado cativo. “Quando eliminamos o impacto dessa migração de novas cargas (novos consumidores para o mercado livre) haveria redução de 6% no ACL (Ambiente de Contratação Livre), sinalizando ainda um cenário de retração na economia”, pontua a instituição.
Em todo o país, o mercado livre de energia apresenta expressivo crescimento desde o 2º semestre de 2015, segundo a CCEE. Este ano, o mercado continua aquecido e marcado por uma intensa migração de consumidores para o ambiente livre de contratação. Dados apresentados pela CCEE indicam crescimento de mais de 350% em adesões ao ambiente livre no país. As altas tarifas praticadas no mercado cativo evidenciaram os benefícios que o ACL oferece ao consumidor, como previsibilidade de custos com a contratação de energia a longo prazo e facilidade de negociação de preços, explica a CCEE.
A análise do desempenho da geração indica a entrega de 1,035 mil MW, em média, em julho. O volume é 15,2% inferior aos 1,221 mil MW gerados no mesmo mês do ano passado. De acordo com a CCEE, a queda na geração estadual no período está vinculada ao desligamento da Usina Térmica (UHE) Mário Covas, em Cuiabá, movida a gás natural e com grande representatividade no mercado de geração mato-grossense. A UTE Mário Covas tem capacidade para gerar 480 MW de energia.
Na 1ª quinzena deste mês, a entrega de energia ao Sistema Interligado Nacional (SIN) pelas usinas eólicas cresceu 86,3% em comparação com o mesmo período do ano passado, enquanto a geração térmica caiu 21,8% no período. As usinas hidráulicas, incluindo as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), registraram incremento de 4,2% na produção de energia com representatividade de 68,5% da fonte sobre toda energia produzida no país. O índice é 2,3 pontos percentuais superior ao registrado em setembro de 2015.