O consumo de energia no país cresceu 5,4% no acumulado do ano até julho, segundo dados divulgados hoje pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética).
Segundo o presidente da estatal, Maurício Tolmasquim, o consumo de energia deverá encerrar o ano com expansão de 5%, um patamar similar ao crescimento verificado em 2004, de 4,5%.
Em termos percentuais, a classe comercial registrou o maior crescimento, com 7,8% de expansão até julho. O consumo neste período somou 31.133 GWh. Segundo Tolmasquim, o resultado reflete a abertura de novos pontos comerciais, como shoppings e hotéis, as temperaturas mais altas neste ano e o aumento das atividades turísticas e portuárias.
A classe industrial, que representa cerca de 44% do mercado de fornecimento de energia, somou 86.257 GWh até julho, o que representa um crescimento de 3,9%. Para Tolmasquim, a expansão não foi maior porque não houve a entrada em operação de grandes empreendimentos, o aumento ficou concentrado nas indústrias tradicionais.
O pior desempenho industrial foi verificado na região Sul, com expansão de apenas 1,7%. O presidente da EPE destaca que a região foi afetada pela quebra de 30% da safra da agroindústria devido à estiagem e pela redução de exportações, principalmente as de têxteis e calçados.
O consumo residencial cresceu 5,2% até julho e somou 48.041 GWh. Neste período foram incorporadas ao mercado 875 mil unidades consumidoras, o que representa um aumento de 3,3%. O consumo médio das unidades cresceu 1,6%. Segundo Tolmasquim, o consumo médio por residência no país é de 146 KWh/mês, um patamar baixo se comparado ao da classe média, que consome em média de 400 KWh/mês a 500 KWh/mês.
Os subsistemas Norte Interligado e Nordeste apresentaram as maiores taxas de crescimento residencial, de 6,9% e 8,4%, respectivamente. Temperaturas mais elevadas e maior escassez de chuvas justificam o aumento do consumo residencial, de acordo com a EPE.
As outras classes de consumo registraram crescimento de 7,7%. O principal componente deste grupo é a área rural. O crescimento foi motivado pelo aumento da irrigação nas áreas correspondentes aos subsistemas Sul e Sudeste/Centro-Oeste por conta da estiagem prolongada no início do ano.
O consumo do mercado livre chegou a 19,6% do mercado de fornecimento no acumulado de janeiro a julho. Segundo a EPE, a tendência é de crescimento do mercado livre até o fim do ano.
Leilão
Segundo Tolmasquim, já está definido que o leilão de energia nova ocorrerá no Rio de Janeiro em 16 de dezembro. As empresas interessadas deverão entregar até o dia 10 de outubro os documentos necessários para participar do leilão. No dia 7 de novembro, a EPE divulgará quais são os projetos habilitados. A estatal recebeu 259 pedidos de habilitação, mas a maioria não deve obter as licenças necessárias para participar do leilão.