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Concentração de frigoríficos no Estado altera preço da arroba do boi

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A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) mediu pela primeira vez o impacto da concentração das indústrias frigorificas na pecuária mato-grossense. "Queríamos mostrar os efeitos da falta de frigoríficos e da concentração que alguns grupos detêm na vida do pecuarista e do consumidor final", justifica o superintendente da Acrimat, Luciano Vacari. Acrescenta que "não se pode permitir que agentes da cadeia que não produzem nada ganhem tanto e ditem regras aos pecuaristas".

Hoje, dos 40 frigoríficos cadastrados na categoria SIF- Sistema Federal de Inspeção – apenas 24 estão funcionando, o que corresponde 40% da capacidade de abate de Mato Grosso comprometida com o fechamento de 16 unidades que enfrentam processos judiciais desde 2008. "Essa situação provoca maior estrago nas regiões Nordeste e Noroeste onde existem poucas plantas frigorificas nas mãos de um mesmo grupo", analisa Vacari. Na média geral o preço da arroba do boi gordo à vista caiu 4,5%, saindo de R$89,54 para R$ 85,47 para uma escala de 8,90 dias que caiu para 7,36, segundo levantamento realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

Na região Noroeste o preço do boi à vista caiu 5,7% nos últimos 20 dias. No dia 10 de agosto a escala de abate era de 8,36 dias e o preço da arroba custava R$ 89,84. No dia 23 de agosto, a escala passou para 7,48 e o preço da arroba do boi gordo caiu para R$ 84,75. Nessa região existem 4 frigoríficos, sendo que um está fechado e das 03 plantas operando, 02 são de um mesmo grupo. Na região Nordeste a situação é a mesma. No dia 04 de agosto a arroba do boi gordo custa R$86,35 com uma escala de 10 dias, no dia 23 a escala caiu para 7,24 e o preço da arroba para R$ 81,47. Nessa região mais de 50% dos frigoríficos estão fechados, onde das 7 unidades 4 estão desativadas.

Na região Norte de um total de 9 frigoríficos, 4 estão fechados, "mas nas mãos de diferentes grupos", alerta o superintendente da Acrimat. Essa região registrou a menor queda no preço à vista da arroba, com 3,3%. No dia 04 de agosto a arroba custava R$90,08 numa escala de 8,54 dias no dia 10 de agosto e caiu para R$ 87,06 no dia 23 de agosto com uma escala de 6,94. Na região Médio Norte também foi observada uma queda menos acentuada no preço da arroba de 3,7%, onde o preço baixou de R$ 89,72 no dia 05 de agosto para R$ 86,42% no dia 23 do mesmo mês. A escala também baixou de 8,36 dias para 6,92. "Os pecuaristas de Sinop, onde existem 2 frigoríficos, sendo que esta fechado, tem a opção de abater nas cidades da região Norte e a pressão diminui", pondera Luciano Vacari.

As regiões Oeste e Centro Sul registraram a mesma queda no preço da arroba nos últimos 20 dias, de 4,7%. Na Oeste da arroba do boi gordo saiu de R$90,75 no dia 05 e agosto para R$ 86,44 na terça-feira passada. A escala de 9,11 dias baixou para 7 dias. Nessa região existem 05 unidades frigorificas, sendo 02 paradas e das 03 em operação, 02 são de um mesmo grupo. No Centro Sul o preço do boi gordo à vista saiu de R$ 92,17 no dia 5 deste mês para R$87,88 numa escala de 9,59 para 7,7 dias. A região Sudeste teve um impacto de 5,3% a menos no preço da arroba. Saindo de R$ 91,30 para R$ 86,45 numa escala de 9,98 que caiu para 7,5 dias.

Todo esse movimento no mercado tem uma explicação. O diferencial de base no preço médio da arroba do boi gordo entre Mato Grosso e São Paulo que historicamente é de 12 %%, chegou a 14,7%. "Isso demonstrar que as indústrias frigorificas de Mato Grosso estão utilizando de uma estratégica comercial para forçar a queda do preço da arroba no estado e isso não esta dando certo", analisa Vacari. Ele lembra, que "a base só aumenta, quando a escala também aumenta, mas isso não aconteceu, a escala caiu em todas as regiões". A orientação da Acrimat é que o pecuarista não venda seu gado a um preço que não remunere seu custo de produção, "pois a conta virá mais cedo ou mais tarde e só assim os frigorifico se veem forçados a pagar o preço justo pelo boi gordo".

Outro fator que chamou a atenção foi a evolução nos preços dos três elos da cadeia produtiva da carne nos últimos seis anos. "Enquanto os preços do atacado e da arroba caminharam juntos nos últimos anos, o atacado este ano subiu mais que a arroba", disse Vacari. Enquanto o preço da arroba cresceu 76,52% de 2005 para 2011, o preço no atacado aumentou 85,12%. O varejo continua liderando o aumento de preços chegondo a 151,46% em novembro de 2010 e caiu para 125,32% no inicio de agosto desde ano, uma diferença de 27,7% em relação a arroba.

"O que podemos concluir de tudo isso é que faltam políticas públicas para que essa situação não perdure, como investimentos do BNDES nos pequenos frigoríficos e decisões do governo estadual, como baixar o ICMS, principalmente nas regiões Nordeste e Noroeste, que enfrentam um crise sem precedentes, com sérias consequências sociais", disse o superintendente da Acrimat. Ele ainda ressalta que as duas pontas da cadeia, o pecuarista e o consumidor final, "são os que continuam pagando caro por falta de um posicionamento mais firme dos nossos governantes".

 

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