A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) avalia que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) deixou em “segundo plano” as “demandas específicas” da agricultura e só beneficiou o setor na medida em que prevê a execução de obras de infra-estrutura logística, importantes para o escoamento da produção.
“O ponto de destaque para o setor foi o anúncio de uma série de investimentos em rodovias, ferrovias e hidrovias que, se efetivamente saírem do papel, causarão impacto positivo na redução dos custos de produção, gerando recuperação da competitividade”, afirma a CNA, em nota em que faz uma avaliação preliminar do PAC, divulgado ontem.
A entidade aponta, na nota, que os números relativos a investimentos do setor privado em setores como o álcool e o biodiesel foram “inflados”. A CNA também cobra o repasse, pela Petrobrás, da redução recente nos preços do petróleo para os preços finais dos combustíveis, especialmente o diesel. “Sem dúvida, esta atitude (a não redução dos preços) está garantindo uma lucratividade e uma capacidade de investimento extra à Petrobras à custa dos usuários, como o produtor rural”, critica a nota.
A confederação, que representa principalmente grandes e médios produtores, cobra ainda do governo uma resposta a um documento com reivindicações do setor, divulgado em dezembro, a Agenda Propositiva da CNA.