O cartão de crédito é o principal meio de endividamento dos brasileiros. Pesquisa realizada pela Boa Vista Serviços revela que 28% das 1.100 pessoas entrevistadas possuem alguma restrição gerada por uma compra realizada com cartão de crédito. Já outros 26% têm dívidas no carnê ou boleto e 18% tem dívidas nos cheques. Empréstimo pessoal corresponde a 16%, cartões de lojas (8%) e cheque especial: 4%.
Quando perguntados sobre o nível de endividamento e o comprometimento da renda familiar com o pagamento das dívidas, 25% dos consumidores inadimplentes se declaram muito endividados, 28% acreditam estar mais ou menos endividados e 34% se declaram pouco endividados.
Além disso, 4% dos inadimplentes declaram que não terão condições de pagar suas contas em atraso, contra 9% no trimestre anterior. Dos outros 96% dos consumidores que possuem restrição e esperam ter condições de pagar a dívida, total ou parcialmente, 36% deles pretendem pagar à vista e 64% querem parcelar. Destes que esperam negociar o valor das parcelas, 80% pretendem pagar dentro dos próximos 30 dias, 17% entre 30 e 90 dias e 3% afirmaram ter negociado prazos superiores a 90 dias.
Causas
O desemprego continua sendo a maior causa da inadimplência, segundo os entrevistados, representando 36% dos casos. Já o descontrole financeiro voltou a subir e passou de 23% para 26%. Em terceiro lugar aparece o empréstimo do nome a terceiros, com 9%.
O desemprego é a causa mais preponderante nas faixas de renda familiar entre 3 e 10 salários mínimos (32%). Para as faixas acima de 10 salários mínimos o descontrole financeiro aparece como a principal causa (27%).
Ainda segundo a pesquisa, para 21% dos entrevistados, uma das dívidas não pagas originou-se da aquisição de móveis, eletrodomésticos e eletrônicos. Já 16% citam a compra de produtos ou serviços relacionados à alimentação como os causadores das dívidas e 16% ainda citam a compra de vestuário e calçados como fator. Para 10% a origem das dívidas foi o não pagamento de contas de concessionárias de serviços públicos.
Quanto à parcela da renda comprometida com dívidas, 16% declararam que mais da metade da renda familiar mensal está comprometida com o pagamento de dívidas. Esse número era de 24% em setembro de 2012. De todos os entrevistados, 51% contaram que até 25% da renda está comprometida com o pagamento de dívidas e 33% afirmaram ter entre 25% e 50% da renda familiar comprometida para este fim.