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Benefícios do manejo florestal de impacto reduzido são debatidos em Alta Floresta

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Madeireiros, agrônomos, universitários e ambientalistas estarão participando hoje de uma oficina sobre manejo florestal sustentável em Alta Floresta. O evento começa às 08:30h, no campus da Unemat e vai até o final da tarde, 17h30. Na programação está a apresentação de um diagnóstico setor florestal no território Portal da Amazônia, mostrando a situação e perspectivas no extremo norte de Mato Grosso. Serão realizadas duas palestras. A primeira, proferida por representantes da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, terá como tema “Novo marco regulatório para a atividade madeireira de Mato Grosso: legislação e procedimentos administrativos”.

A segunda palestra vai enfocar custos e benefícios da implantação do manejo florestal de impacto reduzido. O palestrante será Ricardo Félix Santana – pesquisador do CNPq/Universidade Federal do Pará. O pesquisador já destacou que a idéia de que o manejo sustentável custa mais se deve, em grande parte à falta de planejamento da exploração, que acaba mascarando custos com a perda de matéria-prima.

Tecnicamente, o manejo florestal sustentável acrescenta duas etapas à exploração dos produtos madeireiros, o que representa um investimento de pessoal qualificado e atenção constante com a floresta. O que costuma assustar os empresários é justamente o investimento no período pré-exploratório, em que é preciso fazer o levantamento completo das espécies existentes na floresta a ser manejada, planejar e construir a infra-estrutura necessária para o trabalho e selecionar as unidades que serão coletadas – todas etapas que devem ser executadas um ano antes do primeiro corte.

Santana explica que esse investimento inicial compensa no longo prazo, uma vez que o inventário florestal, estradas e pátios de estocagem construídos neste primeiro ano são usados de forma permanente, sendo portanto, um custo praticamente inexistente ao longo dos demais ciclos de exploração. O planejamento da exploração também evita desperdício de matéria-prima e racionaliza o uso de máquinas e equipamentos, uma economia que, se computada árvore por árvore, compensa.

“A exploração convencional desperdiça até dois metros cúbicos de madeira de valor comercial para cada metro cúbico aproveitado”, afirma Santana. “Isto porque há um grande número de árvores identificadas e não-cortadas, árvores cortadas que não são encontradas pela equipe de arraste, e outras situações que o empresário não vê, e por isso não conta como custo” disse.

Segundo ele, pesquisas de campo mostram que o desperdício de madeira chega a 24% do total explorado quando não há planejamento, já em áreas de floresta manejadas de forma sustentável, esse desperdício gira em torno de 7%. A explicação é simples: quando não há um bom planejamento das trilhas, pátios de estocagem e marcação das unidades a serem coletadas, no mínimo, gasta-se mais horas de trator e motosserristas para encontrar as árvores escolhidas para corte na floresta.

Somando tudo, o manejo florestal sustentável traz benefícios nítidos a longo prazo para todo o setor florestal, e ainda pode gerar outros lucros, como investimentos nos chamados serviços da floresta, que vão desde a conservação da qualidade das águas até a possibilidade de retorno financeiro com os ainda novos, mas já promissores negócios em torno dos créditos de carbono.

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