Até segunda-feira continua a greve dos bancários. O motivo é a falta de acordo entre a Federação Nacional dos Bancos (Fenabam) e o sindicato da categoria. As negociações começaram na quinta-feira e depois de dois dias de reuniões em São Paulo, as partes ainda não conseguiram entrar em consenso.
O presidente do Sindicato dos Bancários e dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Seeb) em Mato Grosso, Arilson Silva, disse que as negociações provavelmente continuarão no fim de semana e a expectativa é de que até segunda-feira já haja uma proposta definida para ser votada pelos sindicatos regionais.
Os trabalhadores reivindicam o aumento salarial de 13%. A categoria defende que deste valor 5% são sobre o ganho real, o restante está ligado as perdas inflacionárias no período.A primeira proposta apresentada pelos empresários é de 6,35%, o que segundo Arilson cobre apenas as perdas inflacionárias.
Outra exigência dos bancários é a manutenção dos benefícios já conquistados pela categoria como a estabilidade pré-aposentadoria. Arilson explica que as mulheres, que trabalham há mais de 28 anos no setor, e os homens, com 32 anos de serviços prestados, não podem ser demitidos. A estabilidade serve para garantir a aposentadoria do funcionário. “O direito é para garantir que o bancário não será descartado pela empresa”.
Também está em discussão a participação nos lucros. Os bancos pagam entre 5 e 15% do lucro para os funcionários. A gratificação é espécie de compensação pela participação do profissional no processo. Os banqueiros querem reduzir a porcentagem, mas os bancários querem também uma participação maior quando o lucro superar a expectativa do empresário em mais de 15%.
A contratação de novos funcionários também é uma reclamação da classe. Como o número de profissionais é insuficiente, os trabalhadores precisam acumular funções e chegam a trabalhar 16 horas por dia em algumas agências.