O crescimento de 27% nas exportações de madeira em Mato Grosso, no primeiro trimestre, não teve reflexos na lucratividade de grande parte das indústrias do setor. É o que declarou o presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte (Sindusmad), Jaldes Langer. A atual cotação do dólar, uma das menores dos últimos anos, não tem estimulado as vendas. A moeda norte-americana encerrou março a R$ 2,06. No ano passado, estava a R$ 2,18.
Para o presidente, o setor ficou estagnado nesses três meses. “Não há como equilibrar. O mercado interno, mesmo com a transição saindo do período de chuvas, não evoluiu. Está estagnado”, declarou, ao Só Notícias. Atualmente, cerca de 50% da produção do setor é exportada. A outra parte fica no mercado interno.
Outro desafio das indústrias ainda é a alta carga tributária. Langer destacou que o aumento da pauta da madeira, no início do ano, e o recente reajuste na energia, afetaram drasticamente o setor. “A alta carga tributária faz com que o setor perca a competitividade no mercado interno. Os nossos custos devem ficar entre 20 e 30% superiores de outros Estados”, argumentou.
A pauta teve um aumento de 22% este ano, considerada alta, mesmo depois das negociações, já que a proposta inicial do governo era de 44%. Já a energia, subiu 13% para indústrias que consomem energia de alta tensão, foi o maior reajuste do país.
Com isso, a geração de emprego no setor madeireiro, que chegou a ser a principal atividade econômica do Nortão, empregando milhares de pessoas, também fica estagnada.
No ano passado, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), 3.406 trabalhadores perderam seus postos de trabalho, em contrapartida, foram contratados 3.112.