Os produtores da região norte de Mato Grosso estão se organizando para novos protestos contra a política agrícola do governo que resultaram em uma grande queda no preço da soja, milho e arroz e endividamento de milhares de agricultores.
O presidente do Sindicato Rural de Sinop, Antônio Galvan, está convocando os produtores rurais e pecuaristas para uma reunião amanhã, às 19:00h, na Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Sinop. Segundo ele, são esperados produtores dos municípios vizinhos como Cláudia, Vera, União do Sul, dentre outros.
Na reunião, serão repassadas as definições que foram tomadas em reunião ontem, em Sorriso. Galvan dosse ao Só Notícias que deve ser deflagrado o movimento intititulado “Grito do Ipiranga”. Além de ter começado em Ipiranga do Norte, o nome sugere a busca pela independência ou morte da classe produtora. “Vamos buscar a aprovação dos produtores e colocar as três medidas que deveremos tomar”, explicou ele.
O primeiro passo, segundo ele, será decretar a moratória de todos os pagamentos aos bancos, referentes à questões agrícolas. “Ou seja, todos os pagamentos devem ser suspensos, sejam de custeio, máquinas, entre outros”, afirmou. O segundo ponto a ser salientado é para que os produtores não comprem nada de insumos para a próxima safra.
“Inclusive aqueles que já compraram alguma coisa, vamos pedir que suspendam temporáriamente essas negociações até que se chegue a uma definição. Queremos que o governo baixe os preços dos combustíveis, dos agrotóxicos, máquinas e assim por diante”.
A terceira medida, já praticamente acertada para sábado, será o fechamento da rodovia em quatro pontos: Sinop, Sorriso, Lucas do Rio Verde e Nova Mutum. No entanto, segundo ele, o tráfego só será interrompido para os caminhões que estiveram transportando qualquer tipo de produto agrícola, seja matéria prima ou insumos. “Também vamos discutir com os pecuaristas e pode ser que seja interrompido o transporte de carnes, porque eles também estão tendo problema”, explicou.
O restante do tráfego deve fluir normalmente. Segundo Galvan, essa retenção dos caminhões será por tempo indeterminado “até que se haja uma definição. Nossa principal cobrança ao governo é que ele explique esse aumento abusivo nos combustíveis que está acabando com o produtor”, concluiu.
Os produtores também pretendem, a exemplo de Ipiranga do Norte, impedir a saída de soja dos armazéns. Em Ipiranga (120 km de Sorriso) o acesso a 30 armanzéns está interrompido desde segunda-feira.
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