Democratizar o acesso à cultura, transparência e interiorização. Sobre estes três pilares que a Secretaria de Estado de Cultura, Esportes e Lazer (Secel) lançou, ontem, no Dia Nacional das Artes, 12 editais de incentivo à produção artística com recursos próprios totalizando R$ 3,4 milhões. O governador Pedro Taques, secretários estaduais e municipais também prestigiaram o evento. O Circula MT contempla 38 projetos entre teatro, dança, artes visuais, música, audiovisual e circo. Os valores variam entre R$ 40 mil e R$ 50 mil, no total de R$ 1,7 milhão.
Outros editais no valor de R$ 1,3 milhão também lançados são o Prêmio Tradições, que visa a proteção e fortalecimento das culturas populares e tradicionais; Prêmio Territórios MT, com o objetivo de incentivar projetos culturais em espaços independentes com oficinas, além do incentivo do intercâmbio cultural; Prêmio MT Criativo, para projetos na economia de economia solidária; e o Prêmio Quadrinhos MT, como incentivo a criação da produção de estórias em quadrinho no Estado.
Além destes projetos, já haviam sido lançados no dia 04 de julho o Prêmio Mato Grosso de Literatura e Grafite MT, ambos perfazendo o valor de R$ 290 mil.
Um dos diferenciais na escolha dos projetos culturais é que a análise dos mesmos não se dará pelos membros do Conselho Estadual de Cultura, mas por comissões técnicas de cada área composta por especialistas sem qualquer ligação com servidores da Secel e com os proponentes.
“Além de democratizar o acesso, o processo se dará de uma forma mais transparente, o conselho agora tem o papel de formulador de políticas públicas. No ano passado, em uma operação da Delegacia Fazendária foi constatado esquema de favorecimento na aprovação de projetos culturais, levando a prisão de alguns membros do conselho. Agora, em comum acordo, mudamos a metodologia. Após a análise dos documentos, aí que será realizada a análise técnica”, explicou o titular da Secel e presidente do Conselho Estadual de Cultura, Leandro Carvalho.
O governador Pedro Taques destacou que o lançamento dos editais reflete um momento muito significativo no processo de democratização, transparência e interiorização. Ele comentou que entre as ideias sugeridas ao secretário Leandro Carvalho foi a mudança para o antigo prédio da Secopa, na Avenida Lava Pés, no Goiabeiras, pelo acervo de obras de arte. Outra ideia é transformar o Arquivo Público em uma Escola de Artes, o prédio esta localizado no local onde já foi sede do Tribunal de Justiça. Também foram iniciadas tratativas com o comando do Exército para transformar o 44º Batalhão no Centro Cultural Marechal Rondon e o Cine Teatro, que ficaria a cargo do Sesi.
“O centro de Cuiabá precisa de equipamentos para que a população possa vir a rua para concretizar a política pública cultural. Precisamos deixar o Palácio da Instrução ‘digoreste’ para receber a Bienal no mês de novembro. O cidadão que mora no distrito de Guariba, em Colniza, não tem o direito de ver uma obra de Picasso? O morador do Jardim Florianópolis, Jardim Vitória não tem direito de ver as mais variadas manifestações artísticas?”, questionou o governador.
Ele comentou que pretende fazer saraus no Palácio Paiaguás para discutir cultural com intelectuais, além de discutir como reduzir a violência com o pessoal ligado ao movimento do rap. “No Piauí, a Secretaria de Segurança Pública dialoga com as gangues por meio do movimento do rap”.
Taques diz que Cuiabá por ser o centro da América do Sul pode ser transformar num grande polo cultural.