Mais de 200 atores, entre profissionais e amadores, começaram a se preparar para as cinco apresentações do Auto da Paixão de Cristo. A encenação será realizada de 23 a 27 de março, no Memorial Papa João Paulo II, em Cuiabá, onde será construída a cidade cenográfica – um pedacinho de Jerusalém na capital mato-grossense.
O projeto do Núcleo de Ações Voluntárias, coordenado pela primeira-dama Samira Martins, propõe um modelo de evento diferente dos anos anteriores, tendo como foco a inclusão social, produtiva e cultural. Por isso, entre os atores estão pessoas que fazem parte do público vulnerável, como egressos do trabalho escravo, refugiados estrangeiros, povos tradicionais, adolescentes do sistema socioeducativo, jovens de casas lares e pessoas atendidas em casas de recuperação, dentre outros.
Os haitianos Ducksen Jacques, 33 anos, Eniel Jachette, de 26, e Clerais Monestine, 37, são exemplos da inclusão promovida pelo novo Auto da Paixão. “Antes nós éramos invisíveis e agora estamos tendo a oportunidade de mostrar nosso talento também pela arte”, disse Ducksen, agradecendo o convite do grupo de teatro Cena Onze para integrar a produção.
Foi Ducksen que indicou os colegas Eniel e Clerais para integrarem o grupo. “Eu já havia participado algumas vezes de peças teatrais na escola, lá no seu país de origem, e estou bastante animado com esta oportunidade”, acrescentou.
O secretário de Estado de Trabalho e Assistência Social, Valdiney de Arruda, participou da abertura do primeiro ensaio ao lado do arcebispo de Cuiabá, Dom Milton Antônio dos Santos, e do representante da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), José Carlos Dorte. Serão cerca de 60 ensaios e o primeiro foi realizado nas dependências do Colégio Master, em Cuiabá.