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Autor de Nova Mutum terá conto publicado em coletânea

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O mutuense Nédio Corrêa da Costa, 64 anos, foi selecionado entre trinta autores matogrossenses que terão seus contos publicados em uma coletânea do segundo concurso literário “Casos Lembrados, Casos Contados” que dever ser lançada no próximo mês.

Ontem à tarde, a primeira dama e secretária Municipal de Ação e Promoção Social, Marinês Cavalin Pivetta, e a secretária de Educação e Cultura, Ida Maria Tim Pedrollo, se reuniram no clube dos idosos para anunciar o resultado, que foi recebido com muita alegria pelo autor e pelos colegas de clube. “Estou muito feliz por poder representar Nova Mutum na literatura matogrossense”, disse seu Nédio, autor de “Minha Infância”.

Os contos foram escolhidos para compor a obra, com relatos e textos de humor, crendices, amor, drama e aventura registrados na memória de pessoas com 60 anos de idade ou mais. A iniciativa tem o apoio do Governo do Estado, por meio da lei estadual de Incentivo à Cultura.

O concurso reuniu pela segunda vez a experiência de autores conhecidos e desconhecidos na mostra de um relato fiel dos seus sonhos e da realidade. O número de participações neste ano dobrou e surpreendeu aos organizadores do concurso.

Minha Infância
Nédio Corrêa da Costa

Eu passei os primeiros 11 anos da minha vida em uma fazenda que era do meu pai que recebeu de herança do seu pai. Foram anos que não posso esquecer por causa da fartura, tudo meus pais produzia desde açúcar, sabão, banha, arroz, feijão, mandioca, milho, batata doce, cará, inhame e verduras de vários tipos e frutas.
Mas aqui vou contar que tinha um senhor que toda sua vida morou na nossa fazenda e no fim da sua vida ficou cego, por isso ele somente vivia a contar o que o rádio lhe transmitia. Na sua mente ele já imaginava como seria isso, por exemplo, o radio na mente dele, era um homem que saía a noite ouvindo tudo e no outro dia saía contando, era um fuxiqueiro, por isso que teve a segunda guerra Mundial, dizia ele, o culpado de tudo foi o rádio que contava tudo o que ouvia.
Este senhor era filho de um escravo de meu avô, era conhecido pelo nome de Noci. No fim de sua vida o seu maior inimigo era o rádio, porque ele não gostava desse fuxiqueiro, e todo o mal da terra, o culpado para ele era o rádio.

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