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O eleitor Indonésio

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Enquanto a Indonésia fuzila traficante, o Brasil o protege, como está sendo demonstrado pelo governo brasileiro. E o liberta, como acaba se ser praticado em Goiânia. O maior traficante da região acaba de ganhar a liberdade por habeas corpus concedido por um juiz federal. Ele havia sido preso em Brasília em maio último, numa operação conjunta das polícias de Goiás e do Distrito Federal e estava recolhido a uma cela de segurança máxima. Na casa dele, no setor de mansões, a polícia havia encontrado 200 quilos de pasta de cocaína, uma pistola, uma carabina, uma sub-metralhadora .40 da polícia do Piauí, munição de fuzil e 70 mil reais.

Segundo informações da polícia, ele comanda duas fazendas com mais de 7 mil hectares e 1.500 cabeças de gado bovino, com sedes luxuosas. Também é dono de postos de combustíveis e de uma casa de câmbio, usados para lavagem de dinheiro. Foram apreendidos 22 automóveis, nacionais e importados. Em Brasília, ele desfilava com carros importados de alto preço. Comprava camionetas no Paraguai, para trazê-las com cocaína. 

Incrível que em 2000 ele fora condenado por latrocínio a 21 anos de prisão. Depois de três anos, foi para o semi-aberto e sumiu. Em 2007 foi preso por tráfico de drogas e conseguiu liberdade provisória, depois, passou a usar um nome falso. Segundo os policiais, ao ser preso no ano passado, tinha um saldo de 4 milhões em contas bancárias. Dois anos antes da última prisão, circulava na região que é centro político do país. Agora está de novo em liberdade. Não vale a pena citar o nome, porque ele é apenas um entre tantos criminosos que neste país desfrutam de impunidade para continuar a prática do crime.

Se o leitor estiver com a tendência de culpar o juiz ou a Justiça, pense um pouco: juízes precisam cumprir as leis. Muitos sabem que suas decisões seriam um absurdo à luz da civilização, da ética ou do senso-comum. Mas precisam seguir as leis. E quem faz as leis não são os juízes, mas os legisladores. Entre a Indonésia e o Brasil vai uma grande diferença. Lá, a lei é severa com o traficante; aqui, é leniente, frouxa, boazinha. As vítimas brasileiras da droga e das balas que saem de fuzis comprados com a droga, que se lixem. E os que fazem as leis, são escolhidos por quem? Por nós, eleitores. O eleitor indonésio tem escolhido melhor.

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