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Menos no Brasil

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Um xeque árabe perguntou se a idade da pedra havia acabado por falta de pedra. Não foi. Foi porque chegaram outras tecnologias, como a de fazer o bronze e poder moldá-lo com mais facilidade. Ele quis alertar que pode estar acontecendo isso agora com a era do petróleo. Com preços altos impostos pela OPEP, os americanos buscaram retirar óleo e gás do xisto e agora estão em condições de começar a impor preços, o que antes era monopólio da OPEP. O barril de petróleo despencou de 120 dólares para 50. Os entendidos prevêem que dificilmente voltarão os tempos de barril de petróleo acima de 100 dólares. Com isso, os preços dos derivados, como a gasolina e o diesel também despencaram. Menos no Brasil.

Aqui no Brasil, temos enchido o tanque com mais imposto que combustível. E quem prefere gasolina, como eu, paga por 40 litros mas só recebe 30, porque o resto é álcool. E, desde domingo, ainda pagamos mais imposto. No mínimo 60% do combustível é imposto. E, como somos ricos, pagamos por um litro de combustível o que um americano paga por quase três. A outra energia, a elétrica, também está mais cara. O país deve estar louco: quer crescer, estimular a economia para criar emprego, mas cobra cada vez mais caro a energia. Alguém que vem administrando energia há anos deve ter enlouquecido. Em qualquer parte, um país com o potencial do nosso, teria energia abundante. Menos aqui.

Criamos o pro-álcool e agora matamos a indústria do etanol à míngua; fizemos o mesmo com o sistema elétrico, na produção e distribuição. Descobrimos o pré-sal mas, pelo jeito, chegamos tarde. Ao esmaecer a era do petróleo, o preço caiu em vez de subir e o pré-sal foi todo montado com base em 105 dólares o barril. Inventamos quatro refinarias que ficaram caríssimas e acabamos de suspendê-las, depois de torrados 2,7 bilhões de reais em projetos. Renderam bem, como o pré-sal, como campanha eleitoral. E no ano que vem teremos aumentado em 43% a importação de combustíveis. Ainda bem que lá fora se compra barato. Menos aqui.

Se isso nos consola, a Venezuela está pior do que nós. Pela mesma causa: má administração. O país está falido e sem petróleo a mais de 100 dólares, com os canadenses vendendo aos Estados Unidos. Maduro, um bolivariano-socialista que só acreditava no passarinho que incorporou Chavez, agora apelou: diz que Deus vai prover. Por aqui, o Ministro da Energia também apelou para a nacionalidade de Deus. Contraria o livro do gênesis e diz que Deus é brasileiro. Quando essa é a solução, é porque já se abandonou toda esperança às portas do inferno de Dante. Para o Japão, que não tem petróleo, bastou planejar, administrar e trabalhar. É a solução em toda parte. Menos aqui.

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