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Lições de ódio

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A professora de Indaial que foi agredida por um aluno que jogou nela um livro e depois usou os punhos, havia escrito e depois disse que jogar ovo na cara de políticos de quem ela detesta, como Bolsonaro e a noiva de Curitiba, filha de Ministro, não é agressão nem violência; é revolução. O menino de 15 anos que a agrediu foi mais racional na justificativa. Disse que perdeu a cabeça e está arrependido. Entre o ato revolucionário e a agressão impensada, nenhum dos dois têm razão, porque violência não se justifica, quando se pode usar o cérebro para argumentar. A menos que não haja munição inteligente mais forte que ovos ou livro.
    
O episódio chama a atenção para a violência nas escolas. Há uma grande quantidade de professores agredidos por alunos e por pais de alunos, assim como cresceu o número de brigas, inclusive com faca e arma de fogo, entre alunos. O Brasil tem quatro vez mais a média de ameaças, numa pesquisa da OCDE entre escolas de 34 países. No Rio Grande do Sul, onde nasceu a professora de Indaial(SC), levantamento durante seis meses em 1.255 escolas estaduais(menos da metade da rede), houve 4.861 casos de violência física entre alunos e 199 agressões a professores e funcionários.
    
Há uma pregação ideológica pelo ódio. Jogar ovos em “neonazistas”, como expressou a professora agredida em entrevista à Rádio Gaúcha é “revolução”, não violência. A professora da Universidade de São Paulo, Marilena Chauí, diante do ex-presidente Lula, bradou aos quatro ventos “Eu odeio a classe média! A classe média é uma abominação política porque é fascista”. O professor Paulo Freire, guru de professores brasileiros, inspirava-se muito em seu ídolo Che Guevara, que pregava o ódio como forma de matar. “Ódio como elemento de luta; ódio cruel do inimigo, impelindo-nos acima e além das limitações naturais das quais o homem é herdeiro e transformá-lo numa efetiva, violenta, seletiva e fria máquina de matar.” (Trecho da Mensagem de Che à Tricontinental)
    
É assustador descobrir essa genética do ódio e da violência como solução para discordâncias políticas ou ideológicas. Remete-nos às cruzadas medievais. Os resultados são péssimos. Estamos cada vez mais atrasados nas classificações mundiais de linguagem, ciências e matemática e cada vez mais no topo da violência nas escolas. Livros existem para ler, dar prazer e conhecimento; ovos são o alimento mais completo depois do leite materno. E neurônios são a arma e a munição da argumentação quando se discorda. Sementes de ódio frutificam com mais ódio. O desarmamento precisa chegar aos espíritos que comandam as mãos.

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