PUBLICIDADE

Casa Branca ou Alvorada ?

PUBLICIDADE

 Enquanto Barack Obama atravessa o Pacífico para visitar o líder chinês, Ahmadinejad atravessa o Atlântico para ver Lula. Em 12 dias, fizeram a mesma viagem o presidente de Israel, Shimon Peres e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas. Uma afluência assim, muitas vezes para pedir intermediação, só na Casa Branca. O Filho do Brasil é o cara. O presidente aproveitou para lançar a diplomacia do futebol. Afinal, foi a diplomacia do ping-pong, em tempos de Nixon, que iniciou a abertura da China. Imagino se ele conseguir converter os artilheiros das linhas de frente em arremessadores do bolas e não de obuses… Utopia? Não se duvide, porque, afinal, quando nasceu o Filho do Brasil,  provavelmente estava virado para a lua.

            O palácio está eufórico com o protagonismo do Brasil – ou será protagonice? Isso tem seu preço – os americanos que o digam. De um lado, o Brasil tem uma importante presença militar no Haiti; volta no ano que vem ao Conselho de Segurança e recebe o trio Barris de Pólvora do Oriente Médio. Mas de outro, hospeda em sua embaixada em Honduras um presidente deposto que não quer eleições e dá sinais de que hospedará no Brasil um italiano que pegou em armas contra uma democracia.

            Quanto ao mais recente visitante, que saiu daqui e foi para a Bolívia de Evo, nem é preciso falar muito, porque já é famoso por ser contra tudo que não seja afinado com a teocracia iraniana, que deixa no chinelo a Inquisição católica.  Da Bolívia ele foi para a Venezuela, onde o Coronel Chavez o recebeu com manifestações de sócio e cumpadre. Tal como Chavez, Ahmadinejah trata Lula de amigo e companheiro. Os dois amigos e companheiros são, por coincidência, dois belicosos. Um ameaça invadir a Bolívia e outro quer varrer Israel do mapa. O fato de o iraniano negar o Holocausto não vai fazer a menor diferença para os 6 milhões de judeus mortos – e ele passa por ridículo. Agora, ter apoio nuclear com o Brasil – que finge ingenuidade, ou receber urânio da Bolívia ou Venezuela, e ter a pretensão de varrer Israel do mapa, isso é sério e não se resolve com estratégia de  futebol.

            O presidente Lula argumentou que “não serve de nada deixar o Irã isolado”. Esse é o mesmo motivo que o presidente brasileiro usa para justificar suas ligações com a Venezuela de Chavez que, aliás, entra agora em recessão, mesmo tendo petróleo, por causa das estripulias do coronel. O Irã não é uma democracia, mas uma teocracia. Chama-se “República Islâmica do Irã”. E lá mandam os aiatolás. Já imaginaram se o Brasil se chamasse República Católica do Brasil e aqui mandassem os bispos e cardeais?  Não seria uma democracia, já que as religiões não o são.

            Na teocracia iraniana, é proibido pensar diferente dos aiatolás. As leis controlam até o namoro, as festas, a dança, as relações amorosas em geral. Não é permitido ter outra religião, não há liberdade de imprensa  e Israel e os Estados Unidos são o demônio. Eles não são árabes, mas persas e há pouco tempo estavam em guerra com o Iraque de Saddam. Enquanto Ahmadinejad, ex-guarda revolucionário, visita seus amigos e companheiros na América do Sul, a guarda e as forças armadas faziam manobras militares para mostrar o quanto estão dispostos a proteger suas instalações nucleares. Será que Lula consegue jogar água fria no barris de pólvora aquecido pelo sol do Oriente Médio?

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias
Relacionadas

Dois anos

Nos discursos de vitoriosos, os novos presidentes do Senado...

Lula é o problema

Já estão no noticiário as especulações sobre troca de...

Trump e Macunaíma

No discurso de posse, Trump poderia estar se dirigindo...

Troca de bandeiras

O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues,...
PUBLICIDADE