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Abolir a escravidão

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Nesta semana se celebra mais um aniversário da Abolição da Escravatura, assinada em 13 de maio de 1888, pela princesa Isabel. Muitos já haviam acabado com a escravatura por conta própria, como o Duque de Caxias. Na Revolução Farroupilha, que durou 10 anos no meu estado, Caxias se tornou o "Pioneiro da Abolição" ao conceder liberdade a todos os escravos na província do Rio Grande do Sul. Ao conceder anistia aos revoltosos derrotados, se tornou "Pioneiro da Anistia" – epíteto com que lhe honrou o jornalista e acadêmico Barbosa Lima Sobrinho. Hoje, temos outros tipos de escravidão, outros seres acorrentados.

Vocês lembram da mãe pernambucana que acorrentara o filho viciado em crack, para que não corresse risco nas ruas? Pois ela o entregou a polícia e ele ficou uns tempos num abrigo de recuperação. Saiu há duas semanas e no Dia das Mães foi morto com 16 tiros, certamente por dívidas do crack. As correntes da droga foram mais fortes que a corrente do amor materno. Neste país, cada vez mais jovens são acorrentados pela droga, escravos sem vontade. Sem vontade, mas capazes de matar a namorada, o pai ou a mãe por causa da droga.
O que temos feito é mais discurso e propaganda que ações efetivas, embora outros países estejam a reclamar que nosso país, além de permitir que brasileiros se tornem escravos, tem permitido também que sejamos um caminho para a droga que vai para a Europa e Estados Unidos. Como estamos acostumados a tanta vergonha – a corrupção, a impunidade, os 137 homicídios diários -, já não nos escandalizamos com isso e vamos tocando nossa vidinha alienada. Agora vem Copa do Mundo e a ela vamos dar bem mais importância que às eleições. Afinal, o futebol tem nos dados mais alegrias – ou distrações – que a política.

Não vai valer para este ano o tal projeto de iniciativa popular da ficha limpa e com isso nos conformamos em eleger novamente os que fazem leis em causa própria, consomem nossos impostos e não procuram fazer reformas capazes de mudar rumos neste país. Pensamos que essa filtragem tem que ser feitas pelos partidos, pela lei, pela Justiça. Mas a primeira das reformas tem que ser feita em nós mesmos. Se o projeto da ficha limpa já não atinge a eleição deste ano, a nossa reforma íntima como eleitores pode atingir. O dia da eleição é o dia do julgamento. E os juízes somos nós.

Que tal se perguntarmos aos candidatos o que eles têm feito para fiscalizar e coibir a crescente escravidão da droga? Os assassinatos e assalto? Os crimes contra a vida praticados na rede pública de saúde? Os crimes de lesa-pátria cometidos contra a Educação? A corrupção no serviço público? O dinheiro do contribuinte que é desperdiçado pela má gestão? A desatenção dos serviços públicos contra o contribuinte? A demagogia, o populismo, o egoísmo, o engodo, a mentira? Pensem nisso como juízes, eleitores.

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