O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Carlos Avalone, se reuniu com lideranças do agronegócio e políticas em Sorriso (capital nacional do agronegócio) para tratar da criação de um programa para o fortalecimento da cadeia produtiva que envolve o feijão – o município já é o 3º maior produtor nacional – com 360 mil toneladas produzidas este ano (em 2016 foram 234 mil. A reivindicação é por incentivos fiscais para atrair mais investimentos. Uma das propostas é a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), nos mesmos moldes de programas estaduais como o Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic) e o Programa de Desenvolvimento Rural (Proder).
O diretor-executivo da Fundação para o Desenvolvimento Agro-Ambiental, Científico e Tecnológico de Sorriso (Fundação Sorriso), Afrânio Migliari (ex-secretário municipal de Agricultura) esse é um ponto muito importante para o desenvolvimento da atividade, pois o município é o maior produtor estadual de soja, milho e, agora, de feijão, sendo atualmente o maior produtor nacional do feijão Caupi e existe uma demanda mundial por feijão e pulses (grão de bico, ervilhas, lentilhas), principalmente, pela exportação crescente que vem ocorrendo de países asiáticos como a Índia, o Egito e o Paquistão, sobretudo do feijão Caupi. “Vale ressaltar que 50% da população indiana são formadas por vegetarianos e esses produtos formam a base de toda a sua alimentação, por isso, a demanda só avança e precisamos acompanhar esse ritmo”, expôs.
Para aumentar a oferta para as exportações está sendo estimulada a produção. Por isso, a Fundação Sorriso já vem estabelecendo parcerias com diversas unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com o Instituto Agronômico de Campinas e outras instituições, visando melhorar o desenvolvimento e a tecnologia desses pulses na região. “Enxergamos uma grande oportunidade para Mato Grosso atender a esta alta demanda mundial por esses alimentos. Já estamos despontando na produção, só precisamos rever questões de logística e de inovação para podermos nos estruturar e competir no mesmo nível com outros mercados”, acrescenta Fernando Migliari.
Carlos Avalone vai começar a analisar com a equipe técnica os incentivos que o governo estadual poderá conceder neste setor e quando.
O secretário e lideranças também debateram a implantação do Parque Tecnológico de Sorriso com foco na área privada, que tem por objetivo apoiar a verticalização da produção local e regional, amparada na inovação tecnológica e é uma das prioridades na gestão do prefeito Ari Lafin, que já trouxe a Sorriso o ministro da Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab. Caberá à Fundação Sorriso a gestão do empreendimento, que terá nove entidades envolvidas no Conselho Curador: prefeitura, câmara de vereadores, Sindicato Rural, Aprofir, Associação Comercial, Câmara de Dirigentes Lojistas, e três cooperativas. Foi destinada área de 100 hectares, que envolve a unidade local do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Mato Grosso (IFMT) e universidades regionais, como o futuro campus de Agronomia da Faculdade Centro Mato-grossense (Facem). “Vamos ainda construir um centro tecnológico com espaço para incubadoras. A primeira delas vai ser da área de construção civil, com objetivo de erguer prédios mais modernos e econômicos no uso de energia”, informou Migliari.
Com orçamento de R$ 30 milhões, o parque terá, entre as principais atividades, a capacitação de Recursos Humanos do setor produtivo; o fornecimento de suporte técnico para as empresas incubadas e empresas externas, por meio dos setores de informática, designer, certificação e controle de qualidade (laboratórios); o desenvolvimento de produtos e processos; a disponibilização da infraestrutura das incubadoras tecnológicas, de infraestrutura física e técnica para as empresas e projetos tecnológicos; o desenvolvimento de estudos de viabilidade técnico-econômica de projetos e empreendimentos; emissão de pareceres, vistorias e relatórios; realização de feiras e rodadas de negócios, bem como, seminários e reuniões técnicas.
Com a construção deste complexo tecnológico, estima-se tornar a região um centro de excelência de desenvolvimento científico e tecnológico, como também, integrar as empresas aos novos mercados (nacional e internacional), gerar empregos qualificados e agregar valor aos produtos e matérias-primas regionais, entre outros objetivos. O foco do Parque serão as cadeias produtivas da pecuária, vegetais e tecnologia de serviços.