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Soja: preços no Brasil são 3º melhor da história, mas vendas agora são limitadas

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Após testar boas altas no começo do dia, o mercado da soja voltou a operar com estabilidade na tarde desta quinta-feira e fechou o pregão com leves altas na Bolsa de Chicago. As cotações finalizaram os negócios subindo entre 0,25 e 0,50 ponto, com o maio/18 cotado a US$ 10,28 por bushel. O agosto/18 finalizou o dia nos US$ 10,41.

Os futuros do farelo e do óleo de soja também terminaram o dia em campo positivo no mercado futuro norte-americano. Segundo explicaram analistas internacionais, o mercado se acalma um pouco mais diante das possibilidades de um acordo entre e China e Estados Unidos na disputa comercial que ronda os negócios com a soja entre os dois países.

Ainda assim, a demanda pela soja norte-americana se mostra mais lenta nas última semanas, o que pôde ser confirmado pelo boletim semanal de vendas para exportação reportado nesta quinta pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

Na semana encerrada em 19 de abril, os EUA venderan 537,8 mil toneladas da oleaginosa, contra expectativas de 700 mil a 1,2 milhão de toneladas. A Indonésia e destinos não revelados foram os maiores compradores.

No paralelo, a atenção sobre a nova safra de grãos dos Estados Unidos. O clima começa a dar sinais de melhora para os próximos dias e, com melhor cenário para o plantio do milho, menor a chance de um aumento da área de soja em detrimento do cereal.

“O clima ainda é o fator dominante nas próximas semanas, com um padrão de tempo um pouco mais quente e seco no Meio-Oeste. Isso pode dar mais acres ao milho e menos à soja”, diz o analista de mercado da U.S. Commodities, Jason Roose. “Mas, as exportações baixas de soja e milho limitam o prêmio de risco climático neste momento”, completa.

Nesta quinta-feira, os preços subiram também no interior do Brasil em muitas praças de comercialização. Já nos portos, as cotações mantiveram sua estabilidade ou registraram ligeiras perdas.

Como explicou o chefe do setor de grãos da Datagro, Flávio França Junior, os preços atuais ainda estão bem próximos dos melhores momentos do ano, porém, os produtores brasileiros têm evitado novas vendas após bons negócios feitos em março e abril.

“Chicago está melhor, os prêmios estão melhores e o câmbio está melhor, e essa somatória é extremamente interessante para os preços, uma vez que você vai garantir o produtor durante a temporada inteira, não há como se mexer drasticamente nessas referências”, diz França.

No Rio Grande do Sul, os ganhos mais uma vez passaram de 1% e as referências se aproximam dos R$ 80,00 por saca, como aconteceu com praças de Mato Grosso, como Tangará da Serra – com R$ 70 – e Campo Novo do Parecis, com R$ 69 por saca. Em São Gabriel do Oeste, a última referência ficou em R$ 72, com alta de 1,41%.

No porto de Paranaguá, a soja disponível fechou com R$ 88 por saca, estável. Em Rio Grande, perda de 0,70% para R$ 85,60 e de 0,81% para R$ 86 no casa da safra nova.

Entre os prêmios – com o Brasil ainda vendendo e embarcando muito e com os portos abarrotados de soja – seguem positivos e fortes, mas se acomodando. Ainda segundo o chefe da Datagro, os valores se mantêm na casa de US$ 1,30 sobre as cotações de Chicago.

Ainda assim, e mesmo diante de um mercado bastante sólido e consistente no Brasil, os novos negócios têm sido mais raros nesta semana.

“Esses preços são os terceiros melhores da nossa história, excepcionais, mas o produtor deu uma boa acelerada nas vendas em março, abril, aproveitou os picos, e nessa semana já não percebemos grande interesse de venda. Então, entendo que uma nova entrada (do produtor) com maior volume precisaria de algum valor a mais e o pessoal voltar a vender com mais força”, explica França.

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