A soja não comercializada em Sorriso está impactando na armazenagem do milho. A avaliação é do presidente do Sindicato Rural, Luimar Gemi. “Temos ainda de 30 a 40% da soja não negociada. Isso impacta na armazenagem. É um gargalo que nós temos. Se preços melhorassem, quem sabe sairia um volume que proporcionaria maior estocagem do milho. Porém, somos dependentes do mercado internacional e não é do dia para noite que isso melhora”.
Atualmente, a saca está cotada em Sorriso a R$ 52,20, conforme boletim do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). “Já tivemos patamares piores. Neste patamar atual, alguns produtores já estão fazendo negócios. Uma dica que a gente sempre dá é que o produtor vá comercializando aos poucos, mas que mantenha a casa em dia. Se vender pequenas quantidades, consegue fazer média melhor. O agricultor tem entendido isso”, disse, em entrevista ao portal Notícias Agrícolas.
Milho – Segundo Luimar, a expectativa é que os produtores em Sorriso retomem a produtividade média de anos anteriores. No ano passado, segundo ele, a produtividade no munícipio caiu para uma média de 84 sacas por hectare. “Temos histórico de 100 sacas por hectare. Na última safra, houve queda em razão do estresse hídrico. Temos certeza que voltaremos aos patamares anteriores”.
A grande safra de milho, no entanto, trouxe alguns problemas de preços, explicou Luimar. Neste momento, afirma o presidente do sindicato, é impossível traçar a margem de lucro média do produtor. “O preço mínimo do governo mantém o agricultor na atividade. Abaixo do preço mínimo é complicado trabalhar, visto que nossa logística come uma grande parcela do produto. Se acontecerem os leilões e a gente vender no preço mínimo, é possível se manter na atividade”.
Atualmente, o preço da saca é de R$ 14 em Sorriso e o preço mínimo no Estado é de R$ 16,50/sc. “Este valor negociado hoje não condiz para cobrir os custos e o produtor fica no vermelho. Estamos totalmente dependentes do leilão do governo, o que ameniza a situação”, afirmou Luimar.