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Soja fecha com forte baixa em Chicago, mas dólar em alta limita recuo no Brasil

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Os preços da soja formados no Brasil, apesar de uma nova alta do dólar nesta sessão, sentiram de forma mais intensa as quedas em Chicago e terminaram os negócios desta quarta-feira. No porto de Paranaguá, a soja disponível encerrou o dia com queda de 1,16% e R$ 85 por saca. Em Rio Grande, baixa de 0,81% no disponível de de 0,46% para o futuro, com os últimos preços em R$ 85,80 e R$ 86,50.

No interior, as cotações também recuaram e as perdas chegaram a bater em 1,45%, como foi o caso de Campo Novo do Parecis, em Mato Grosso, onde o último preço foi de R$ 68. Mesmo com as baixas, as praças do Paraná e do Rio Grande do Sul conseguem manter-se acima dos R$ 70,00 por saca, e em alguns casos, chegam a superar os R$ 80.

Em Castro, no Paraná, por exemplo, o preço cedeu 1,16% nesta quarta-feira para terminar o dia com R$ 85 por saca.

Como explicou o economista da Farsul, Antônio da Luz, em entrevista ao Notícias Agrícolas, o momento segue muito oportuno para os produtores brasileiros, já que o principal pilar de suporte para as cotações no mercado brasileiro tem sido o dólar.

“É hora de fazer médias e aproveitar esse preço que está aí”, diz. O especialista afirma ainda que essa pode ser uma prática favorável, principalmente, para aqueles produtores que não têm o hábito de utilizarem mecanismos de produção.

Nesta quarta, o dólar fechou o dia com alta de 0,48% e valendo R$ 3,6784, registrando seu mais alto patamar desde 7 de abril de 2016. Nas últimas quatro sessões, a moeda americana acumula um ganho de 3,71%.

“O dólar seguiu avançando nesta quarta-feira e galgou mais um patamar, de 3,67 reais, influenciado pela possibilidade de mais altas de juros nos Estados Unidos neste ano e também pelo provável corte da taxa Selic logo mais pelo Banco Central, o que reduzirá ainda mais o diferencial de juros do Brasil com o exterior”, informou a Reuters.

Bolsa de Chicago

Na Bolsa de Chicago, os futuros da soja terminaram o dia com baixas de 15,75 a 19 pontos e o contrato julho/18 fechando abaixo dos US$ 10 por bushel. O agosto/18 encerrou o pregão sendo cotado a US$ 10,03 por bushel.

Segundo explicou Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, a combinação desta força do dólar não só no Brasil, mas também no exterior – e de boas condições de clima para a nova safra dos Estados Unidos tem promovido uma intensificação das baixas dos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago. A pressão é ainda maior com a falta de acordo entre chineses e americanos sobre suas relações comerciais que ameaçam, entre outros, o comércio da soja entre as duas nações.

Nesse cenário, ainda segundo Brandalizze, o novo intervalo de preços passa a ser de US$ 10 a US$ 10,50, e não mais de US$ 10,20 a US$ 10,70 como se observava há algumas semanas. “O plantio nos EUA está bem adiantado e as condições de clima são favoráveis. Temos que esperar para saber como serão as coisas mais para frente, a partir de julho”, diz.

Até o último domingo (13), o plantio da oleaginosa já estava concluído em 35%, de acordo com os números do último reporte semanal de acompanhamento de safras divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) na segunda-feira (14).

Além do clima, a pressão do dólar vem com a disparada da moeda americana frente a brasileira, uma vez que motiva mais negócios no Brasil, pressionando as cotações na CBOT, mas atrai também os investidores para esse, que é um ativo mais seguro em meio a incertezas que seguem rondando o mercado financeiro.

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