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Presidente do Sindicato Rural de Sorriso analisa que efeitos da pandemia ‘castigam’ produtores; custo da produção dobrou

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Só Notícias/Luan Cordeiro e Lucas Torres, de Sorriso (foto: Só Notícias/Lucas Torres)

O presidente do Sindicato Rural de Sorriso, Silvano Felipetto, analisou que os efeitos da pandemia do Coronavírus, como os consecutivos aumentos nos custos da produção, estão castigando os produtores rurais. “A gente vem notando muita reclamação que nos chega”. “As entregas estavam atrasadas, mas regularizou-se, porém o preço continua fora do normal, tanto de fertilizantes, quanto de sementes, agroquímicos”, destacou.

Ainda segundo Felipetto, o custo para o produtor dobrou. “Plantar esse ano está sendo muito mais caro, temos um levantamento do IMEA (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária), está nos preocupando muito, nos assustou, não esperávamos isso. Economize o que for preciso, essa é a orientação nossa, põe o pé no chão. É a hora de racionalizar, colocar aquilo que é preciso, dar uma remanejada nas coisas”, pontuou.

Na última semana, o IMEA divulgou a primeira estimativa para o custo de produção da safra 2022/23 em Mato Grosso, e apontou que o aumento é de 54,85% ante a safra 2021/22, com o hectare passando de R$ 2.936,56 para R$ 4.547,31. Para os fertilizantes, por exemplo, o aumento estimado é de 96,04%.

“É o calcanhar de Aquiles do próximo ano (fertilizantes). Tem que cotar e esperar o momento certo para comprar. Tem fertilizantes que pagávamos 400 dólares a tonelada e estão pedindo até 900, dobrou de preço em relação ao ano passado”, salientou.

Outra preocupação para os produtores, ressaltou Felipetto, é em relação ao atraso na entrega de máquinas novas, em decorrência da falta de peças. “Não vai ter para todo mundo, está havendo cancelamento de pedidos, máquinas que já saiu o financiamento, as empresas não vão conseguir entregar, vai postergar. Tem produtores que vão passar a colheita sem colheitadeira nova para colher”. “Isso está trazendo um grande transtorno para o produtor rural, segundo as revendas não tem componente para finalizar a fabricação, então chega ao final da linha de montagem faltando peças”, disse.

O presidente ainda projetou que os prejuízos devem atingir desde os produtores até os fabricantes. “É um efeito cascata que está acontecendo, faltou a peça lá na China ou na Europa, esse componente eletrônico, esse pneu, tanque de combustíveis que é o plástico fabricado, falta polímero para fabricar o tanque de combustível, são várias coisas que estão acontecendo, e os efeitos da pandemia estamos vendo agora”.

Uma dica, é antecipar a revisão das máquinas. “Parar nesse momento de comprar novas, postergar essa compra, essa recomendação que estamos fazendo”. “Esperar as indústrias trabalharem normalmente”, completou.

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