Pesquisa realizada com produtores de 17 estados e do Distrito Federal tem ajudado a priorizar e aprimorar a assistência técnica prestada em médias propriedades rurais com recursos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Informações coletadas em 583 municípios revelaram, por exemplo, que o cooperativismo é forte entre eles, com 50% dos agropecuaristas associados a alguma cooperativa. Em relação ao patrimônio, eles possuem 3 mil tratores, 921 silos e 577 colheitadeiras.
O levantamento feito pelo IICA (Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura) em parceria com entidades estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATERs) revelou também as principais atividades desenvolvidas, como a pecuária (preponderante), culturas anuais, horticultura, fruticultura, cultivo de cana e reflorestamento, entre outros. E ainda quem tem cultura irrigada e orgânica.
De acordo com Juarez Távora, diretor do Departamento de Integração e de Mobilidade Social do Mapa, o acesso aos dados permitiu criar um programa de monitoramento contínuo das propriedades para saber se estão evoluindo ou precisando de determinado apoio.
A pesquisa, segundo Távora, também mostrou a necessidade de um trabalho mais integrado das secretarias do ministério. “A Secretaria de Relações Internacionais nos permite saber quais mercados e produtos que devem ser incentivados para exportação”, assinalou. E a de Defesa Agropecuária, por meio de retorno de inspeções sanitárias, as correções que devem ser feitas na produção. “A partir das informações, deslocamos técnicos para determinada região, onde é realizado um treinamento, um seminário, voltado ao grupo que precisa de instruções.”
“Há cadeias produtivas de mel, de castanhas e de açaí que devem ser potencializadas”, disse o diretor. O fato de muitos trabalharem em cooperativas, acrescentou, é uma grande vantagem. “Juntos, eles são mais fortes.” Essa categoria de produtor, que fatura por ano entre R$ 366 mil e R$ 1,6 milhão, é formada por quase 800 mil produtores espalhados pelo país e que até pouco tempo não tinham atendimento especial, apesar de serem responsáveis por cerca de 20% do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP).
“Os grandes sabem o caminho das pedras de financiamento e de tecnologias. Os pequenos têm o Pronaf, mas também podem melhorar muito a qualidade quando bem assistidos”, acredita o diretor. “Ter um bom reprodutor, no caso de gado leiteiro, é muito importante e coisas assim são aconselhadas, como investimento de melhor retorno” observou. Outros que só lidam com uma atividade recebem sugestão de acrescentar uma safra de verão de 90, 120 dias, como o feijão e outros produtos.