Combinação essencial no prato do brasileiro, o arroz e o feijão tendem a encarecer nos próximos meses. Os preços são regulados pela oferta e demanda e para 2018 as projeções oficiais indicam queda na produção dos 2 produtos. Estimativa divulgada nesta quinta-feira pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é de diminuição de 18,9% no volume produzido de arroz em Mato Grosso e de 8,5% na produção nacional.
A oferta de feijão poderá recuar 2,9% no país, apesar da perspectiva de aumento de 8,8% na produção local. Na safra 2017/2018 serão colhidas 429,6 mil toneladas de arroz em Mato Grosso, ante 530 mil (t) no último ciclo produtivo, conforme o 6º Levantamento de Safra da Conab, autarquia vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Já a produção total de feijão está projetada em 450,5 mil (t) com acréscimo de 8,8% sobre a última safra, quando foram colhidas 414 mil (t).
Como a perspectiva é de manutenção e até elevação no consumo interno de alimentos, motivado pela recuperação da crise econômica brasileira, a tendência natural é que os preços sejam corrigidos para cima, diante da menor oferta, explica o economista Jonil Vital de Souza. “São produtos que não têm a característica de commodity, ou seja, os preços não são regulados pelo mercado internacional”.
O economista Carlos Theobaldo de Souza confirma que a tendência natural é de alta nos preços quando a oferta diminui e a demanda se mantém ou cresce. Cenário Tanto a área plantada quanto a produtividade de arroz reduzem, respectivamente em 15% e 4,7% em Mato Grosso, com ocupação de 138 mil hectares e produtividade de 3,113 mil kg/ha. Na temporada 2016/2017 o plantio abrangeu 162,3 mil (ha), com produtividade média de 3,266 mil kg/ha.
Os pesquisadores da Conab registram que no Estado a colheita de arroz de sequeiro ainda é incipiente e atinge menos de 10% da área plantada. O trabalho no campo começa a ser intensificado neste e no próximo mês. “A desvalorização da cotação do cereal, desde a safra passada, abaixo dos R$ 40 a saca de 60 kg, desestimulou o produtor rural a investir no cultivo”, afirmam em trecho da pesquisa.
Com as baixas cotações, caiu o interesse no plantio do cereal como alternativa ao cultivo do milho 2ª safra nas áreas de sequeiro. “Assim, o cultivo do arrozal em áreas de pivô ficou restrito à necessidade agronômica de rotação de cultura com a soja devido à sucessão dos cultivos da leguminosa”. Após a colheita do cereal, as áreas tendem a produzir o feijão irrigado de 3ª safra.
Os pesquisadores da Conab observam ainda que o plantio do arroz de sequeiro e irrigado de 2ª safra está finalizado e que as lavouras estão no médio norte de Mato Grosso. Com relação ao feijão, foram colhidos 6,2 mil hectares de feijão-comum cores em janeiro. Este mês e no próximo é semeado o feijão-caupi, plantado como opção de 2ª safra. Inicialmente estima-se o plantio de 230 mil (ha) no Estado.