Seis entidades do agronegócio pediram mudança “imediata” na composição da vacina contra febre aftosa aplicada em todo rebanho bovino do país. Segundo as instituições, a alteração é necessária para evitar que reações continuem a trazer prejuízos ao produtor rural e às indústrias frigoríficas do setor.
No documento, encaminhado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, as entidades pedem a retirada de uma substância denominada saponina que foi adicionada na composição da vacina oleosa. Segundo as instituições, a saponina não estava prevista na formula original da vacina e relacionam a substância “à exacerbada irritação no local da aplicação, que se agrava até casos de edema e severa reação inflamatória, com consequente ocorrência de abscessos [nódulo inchado cheio de pus]”. Até o momento, a pasta não se pronunciou sobre o assunto.
As entidades pedem ainda a redução do volume da dose, de 5 mililitros (ml) para 2 ml, e a aplicação exclusivamente por via subcutânea para evitar “prejuízos desde o descarte de carne [condenadas no abate] até embargos de importantes países importadores de produtos cárneos”. As reivindicações ocorrem após a suspensão pelos Estados Unidos de todas as importações de carne fresca brasileira. Na ocasião, o Ministério já atribuía os problemas comunicados pelo governo americano à vacinação contra a febre aftosa, que poderia causar inflamações .
Estimativas das entidades apontam que o produtor perde, em média, 2 quilos de carne por animal abatido quando as lesões provocadas pela vacinação são encontradas. O grupo de instituições do agronegócio afirma que a febre aftosa “é a doença animal com maior impacto econômico na atividade pecuária”.
A nota é assinada pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA); Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC); Associação Brasileira dos Frigoríficos (Abrafrigo); Associação dos Criadores de Mato Grosso (ACRIMAT); Conselho Nacional da Pecuária de Corte (CNPC); e Sociedade Rural Brasileira (SRB).