Mato Grosso vai implantar de forma inédita o Plano de Suprimento Sustentável (PSS), que está em fase de estudo pela Câmara Técnica Florestal. A implantação de um sistema integrado à fase de licenciamento ambiental vai permitir a expansão do setor de floresta plantada que abasteça as grandes empresas que utilizam matéria-prima florestal, como lenha e carvão.
Conforme o vice-governador e secretário de Estado de Meio Ambiente, Carlos Fávaro, um grupo de trabalho temático foi criado há dois meses pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), que preside a Câmara Técnica, para tratar da construção de uma instrução normativa para o PSS juntamente com outras instituições, entre elas, Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Arefloresta, Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem) e Associação Mato-grossense dos Engenheiros Florestais (Amef).
“Nosso Estado tem hoje 60% da cobertura vegetal intacta e podemos continuar gigantes em produção sem derrubar nenhuma árvore, mas para isso é vital aproveitar as áreas entronizadas, porém, com baixo rendimento. A implantação do plano de suprimento vai permitir isso, mas, por ser muito complexo, tem exigido estudo para a criação de normas e procedimentos sincronizados ao licenciamento digital”.
Durante a participação em um dos painéis do Florestar 2017, na sexta-feira (15), evento promovido pela Associação de Reflorestadores de Mato Grosso (Arefloresta) e o Serviço de Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT), em Cuiabá, Fávaro destacou que o mote sustentabilidade não deve ficar apenas no discurso, pois para manter a alta produtividade é preciso cuidar o principal ativo mato-grossense: o clima.
“Hoje vivemos um mundo globalizado em que cada país desempenha um papel importante, a Ásia está voltada para a indústria e é imbatível no que faz. Os Estados Unidos são um líder no comércio, são um shopping center do mundo. Já o Brasil é uma grande fazenda que tem a missão de garantir o suprimento alimentar do planeta, então, não podemos deixar de desempenhar o papel que somos vocacionados. Mas temos que fazer com responsabilidade, porque de nada adiantaria ter os melhores estudos e tecnologias no campo sem um clima favorável, sem chuva”.