Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) finalizaram a semana com valorização de mais de 1%, segundo levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes. Apesar da alta, as cotações despencaram no pregão desta sexta-feira (21).
A volatilidade é decorrente das previsões climáticas para o Meio-Oeste dos EUA. Nesse momento, as lavouras estão na fase mais importante do desenvolvimento da cultura, a polinização. Com isso, as cotações caíram mais de 10 pontos, uma queda de mais de 2% hoje. O setembro/17 era cotado a US$ 3,79 por bushel, enquanto o dezembro/17 encerrou o dia a US$ 3,93 por bushel.
Nos próximos 6 a 10 dias os mapas têm indicado uma previsão de clima mais úmido no Corn Belt, o que acabou deixando o mercado mais defensivo nesta sexta-feira, destacou o Agriculture.com. “Nós negociamos resultados versus previsões, então olhe para futuras ideias e depois faça isso de novo”, disse Brian Rydland, analista da CHS Hedging, em entrevista ao portal.
E, diante das condições adversas no Meio-Oeste, já há muitas especulações sobre o rendimento das lavouras do cereal nos EUA nesta temporada. Conforme último boletim do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), a produtividade média das lavouras deverá ficar próxima de 180,67 sacas do grão por hectare.
O Commodity Weather Group (CWG) estima um rendimento ainda menor, em torno de 176,85 sacas de milho por hectare. Ainda de acordo com o levantamento do grupo, em alguns estados como Idaho, Illinois, Iowa, Kansas, Nebraska, Dakota do Norte, Dakota do Sul, e Oklahoma, a produtividade pode ficar abaixo da média.
O USDA reporta na próxima segunda-feira a atualização sobre a safra americana. Até o início dessa semana, em torno de 64% das lavouras do cereal apresentavam boas ou excelentes condições.
Em contrapartida, a semana foi negativa aos preços do milho praticados no mercado interno. Ainda de acordo com levantamento do economista do Notícias Agrícolas, em Campo Grande (MS), a desvalorização ficou em 3,03%, com a saca a R$ 16,00.
Na localidade de Campinas (SP), o recuo foi de 3,38% e a saca terminou a semana a R$ 25,70. Em Assis (SP), a saca terminou a sexta-feira a R$ 19,50 e queda de 2,50%. No Paraná, em Pato Branco, o recuo foi de 1,68%, com a saca a R$ 17,60.
Já em Rio Verde (GO), o ganho foi de 8,33%, com a saca do milho cotada a R$ 19,50. Na região de Ponta Grossa (PR), o ganho ficou em 4,17% e a saca a R$ 25,00. No Porto de Paranaguá, a semana foi de estabilidade com a saca futura do cereal a R$ 28,00.
No caso do Brasil, as atenções ainda estão voltadas para a evolução da colheita da safrinha. Em Mato Grosso, maior estado produtor do cereal, a colheita já está completa em 75,19% da área semeada, conforme dados do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária).
No segundo maior estado produtor, o Paraná, a colheita está em 30% da área plantada, reportou o Deral (Departamento de Economia Rural). Cerca de 90% das lavouras estão em boas condições.
Paralelamente, o mercado ainda segue focado no clima nos EUA e os impactos sobre a safra americana e também nos preços praticados no mercado internacional, que podem refletir nas cotações praticadas nos portos brasileiros. Por outro lado, a recente queda do dólar tem impedido a reação nos valores, conforme destacam os analistas.
A moeda norte-americana fechou a sexta-feira a R$ 3,1408 na venda, com ganho de 0,45%. Conforme destacou a Reuters, o ganho é decorrente dos “investidores animados com o sinal de comprometimento do governo com a meta fiscal deste ano, o dólar atraiu compradores e fechou a sexta-feira em alta, interrompendo sequência de cinco quedas diárias consecutivas”.
As operações de apoio à comercialização do milho também seguem em pauta. Essa semana, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) negociou 180 mil toneladas através do leilão de Pep (Prêmio de Escoamento de Produto) e 360 mil toneladas do cereal por meio do leilão de Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural).
A próxima operação acontece na quinta-feira (27). Ao todo serão ofertadas 60 mil toneladas por Pep e 692 mil toneladas através do Pepro, ainda de acordo informações da entidade.