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Brasil devolveu 62,5% da carne comprada dos EUA, diz Maggi

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O Brasil teve que devolver 62,5% da carne importada dos Estados Unidos, desde a abertura do mercado entre os dois países. A informação foi divulgada, ontem à noite, pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi. Ele explicou, em uma rede social, que a devolução antes do embargo anunciado no último dia 22 e ocorreu devido a problemas de rotulagem, rastreabilidade e certificação.

“O Brasil e os Estados Unidos (EUA) trabalham em conjunto para resolver os problemas. Quando os EUA liberaram a importação de carne do Brasil, nós fizemos o mesmo: liberamos o mercado brasileiro para carne fresca vinda dos EUA. Após poucos meses, ficou a certeza de que os dois países precisam aprender a lidar com o novo mercado”, afirmou o ministro.

Segundo Maggi, enquanto o Brasil está temporariamente impedido de vender para os norte-americanos, eles também tiveram restrições nos produtos exportados. “Do total de 32 containers de carne frescas e miúdos, 20 foram devolvidos por motivos de rotulagem, rastreabilidade e certificação. Significa que 62,5% do exportado pelos EUA para o Brasil, teve que retornar àquele país. Antes do comércio, vem a segurança e proteção dos consumidores de ambos os países”, destacou.

Este mês, uma missão técnica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) vai aos Estados Unidos no início de julho para discutir o fim da suspensão da compra da carne bovina in natura brasileira. Somente após o retorno da missão é que Blairo Maggi vai aos EUA para tratar sobre o assunto pessoalmente com o secretário de Agricultura do governo Trump, Sonny Perdue.

O secretário de Defesa Agropecuária, Luiz Eduardo Rangel, disse que o processo para reverter a decisão do governo norte-americano de suspender a compra da carne bovina fresca brasileira deve demorar pelo menos um mês, a partir da data do anúncio da restrição.

Os Estados Unidos apontaram inconformidades em cortes de bovinos exportados pelo Brasil, atribuídos a reações à vacinação contra a febre aftosa, como justificativa para interromper as importações.

Rangel disse que o processo é um pouco lento em função dos ritos que devem ser seguidos. Lembrou que, após o anúncio da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, foram gastas semanas para levantar a suspensão em alguns mercados. “Naquele caso, o fechamento foi muito mais por um efeito midiático do que técnico”, observou.

No último dia 23, o Mapa determinou mudanças na inspeção da carne brasileira exportada para todos os países. Durante coletiva à imprensa, o secretário-executivo do Ministério, Eumar Novacki, enfatizou que todos os cortes dianteiros de bovinos serão fatiados antes do embarque para evitar problemas como os que foram alegados pelos americanos para determinar a suspensão da compra da carne brasileira.

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