Dez dias após a suspensão das exportações de carne bovina para a China, em razão de um caso encefalopatia bovina, conhecido como “mal da vaca louca”, registrado em Mato Grosso, o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) anunciou a autorização para o retorno das vendas nesta quinta-feira. Para o Instituto Mato-Grossense da Carne (IMAC), a rápida atuação do governo foi essencial para evitar a suspensão de outros mercados e o rápido retorno da China às compras.
A China é segundo maior comprador da carne bovina de Mato Grosso e comprou o equivalente a US$ 50 milhões este ano. Juntamente com Hong Kong representam 26% do mercado internacional da carne do Estado e a demanda por proteína é crescente em decorrência da peste suína que atingem o continente asiático.
O presidente do IMAC, Guilherme Linares Nolasco, explica que a iniciativa do Mapa em suspender a exportação foi essencial devido a um protocolo bilateral entre os países. “Parar as exportações naquele momento foi uma ação legalmente necessária e dá credibilidade e segurança jurídica para a relação comercial. A rápida atuação do Ministério nos garantiu o retorno ao mercado e as vendas devem ser regularizadas em breve”.
Uma vez restabelecia a relação comercial, a expectativa do IMAC é que o processo de habilitação de novas plantas frigoríficas para exportação seja retomado. “Volta a ser prioridade o credenciamento de novas indústrias para atender a demanda chinesa pela nossa carne”, afirma Guilherme Nolasco.
Conforme Só Notícias/Agronotícias já informou, a doença foi constatada em uma vaca de corte, com idade de 17 anos. Todo o material de risco específico foi removido do animal durante o abate de emergência e incinerado no próprio matadouro. Outros produtos derivados do animal foram identificados, localizados e apreendidos preventivamente, não havendo ingresso de nenhum produto na cadeia alimentar humana ou de ruminantes. Não houve, segundo o Ministério da Agricultura, risco para a população.
Após a confirmação, o Brasil notificou oficialmente à Organização de Saúde Animal (OIE) e os países importadores, conforme prevêem as normas internacionais. No dia 3 deste mês, a OIE determinou o encerramento do caso sem alteração do status sanitário brasileiro, que segue como risco insignificante para a doença.