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Apesar das grandes diferenças existentes entre os seres humanos, uma característica comum a todos eles é incontestável: todos buscam a felicidade.
De variadas formas. Em nossa sociedade de consumo, as pessoas buscam suas realizações no consumo, e procuram consumir o quanto podem. E para poder consumir mais e mais, caem no vale tudo. Mas uma coisa é certa: o que conseguimos na sociedade depende do quanto nos fazemos necessários a ela. Às vezes nem interessa se realmente somos necessários, mas nossa capacidade de transformar nossas aspirações como sendo aspirações de todos podem garantir o sucesso de nossas demandas. E nesses dias conturbados, cheios de protesto, temos um cenário privilegiado para este tipo de análise. Se não, vejamos: um dos argumentos mais fortes dos “agricultores” é sua fundamental importância para a alimentação do país. Nós alimentamos a nação, dizem de boca cheia. Procuram com isso, estabelecer sua importância e conseguir adesão a seus protestos. Mas com as devidas ponderações sou obrigado a perguntar: Será que a nação come soja?

Será que a soja brasileira além de não alimentar, ainda vicia nossa agricultura, direcionando o grosso dos investimentos em uma cultura típica de exportação?
Pode não ser o nosso caso, mas muitas nações africanas, grandes exportadoras de algum commodities, tinham grande parte de sua população em estado de extrema miséria. E como deve ser do conhecimento de todos, o mundo é dominado pelo mercado. Cada sociedade tem que ocupar seu lugar neste mercado pela sua competência em produzir, e produzir o que é necessário da melhor maneira possível. Pois se a lógica é a lógica de mercado, que lógica teria plantar arroz no Brasil se o arroz da Argentina é mais barato? Nos outros setores da economia, boa parte da crise que atinge o agronegócio seria vista como incompetência administrativa. Muitos problemas poderiam ser evitados se o produtor fizesse uso adequado das informações que envolvem toda a cadeia produtiva da soja. Não é o bastante ser bom dentro da porteira da fazenda utilizando adequadamente as tecnologias de produção, mas também deve haver competência, gestão, na compra dos insumos, na compra das máquinas, e na venda do produto, que é onde o produtor mais falha e é onde ele deve aprender mais.

Há produtores que não foram atingidos pela crise porque souberam usar igualmente as tecnologias de produção e as de gestão do agronegócio da soja. Eles não se precipitaram fazendo muitas dívidas, sabendo que a boa fase do preço da soja dos últimos anos não iria durar para sempre. Mesmo agora nestes dias em que o “agronegócio” empunha a bandeira de luta, é necessário algumas ponderações. É muito fácil e bastante cômodo lançar no governo toda a culpa pela crise. Mas alem de lutar pelo preço mínimo de sua produção, é necessário que o produtor pense em alternativas, tanto de produção, quanto de comercialização, e até mesmo mudança em suas atitudes, não queimando dinheiro com consumismo nos tempos de fartura. Todo mundo já sabe, é chover no molhado: o preço bom deste ano significa super oferta do produto ano que vem. E o cambio não vive aos pés da agricultura. Por isto é necessário um pouco de cautela. Bravatas e desqualificação de autoridades tem que sair das estratégias de luta, e devem entrar aí a mentalidade industrial e a capacidade de assumir os erros. Pois o Brasil precisa de agricultores bem preparados, assim como de professores e de comerciários. Gritos não tornarão os produtores de soja como os representantes de toda a sociedade, e como foi dito no começo, o sucesso de uma classe depende da habilidade que tem esta classe de tornar seus problemas particulares em problema de toda a sociedade.

Mateus Souza Santos é internauta em Sorriso

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