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Conselho investiga conduta de enfermeira acusada de furtar testes de covid de hospital em MT

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Redação Só Notícias (foto: assessoria)

O Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso (Coren-MT) informou, hoje, que já abriu processo ético para investigar a conduta da enfermeira acusada de peculato por desvio de testes de covid-19 e outros materiais do Hospital Estadual Santa Casa, em Cuiabá. A profissional foi presa em flagrante neste domingo. 

Ao tomar conhecimento do caso pela imprensa e por redes sociais, o presidente do Coren, Antônio César Ribeiro, determinou a abertura de processo ético para apurar os fatos. “Esta situação, peculato, tem previsão no Código de Ética dos profissionais de enfermagem. O Coren abriu processo ético na manhã desta segunda-feira, embora de ofício porque ainda não recebeu denúncia formal. Vamos apurar os fatos. A profissional será ouvida e terá garantida sua ampla defesa. O Conselho voltará a se pronunciar apenas após a conclusão do trabalho”, disse.

A enfermeira teve a prisão relaxada por decisão do juiz Marcos Faleiros da Silva, da 11ª Vara Criminal Especializada da Justiça Militar.  O magistrado alegou que a mulher “não tem antecedentes criminais e faria falta na linha de frente para enfrentamento da pandemia” da covid-19.

Segundo a assessoria, a equipe plantonista da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) recebeu uma denúncia e seguiu na noite de sábado até o Hospital Estadual Santa Casa para checar as informações sobre uma servidora da unidade que estaria furtando testes de covid.

Na presença de uma recepcionista e de outras pessoas que estavam no local, os investigadores revistaram a bolsa da profissional e encontraram dentro de uma sacola plástica preta, diversos instrumentos e medicamentos utilizados para o teste de covid, sendo: 25 cotonetes em um envelope plástico lacrado; um frasco de reagente; 25 frascos para pipetagem; dois equipos macro gotas; dois equipos dupla via; quatro cateteres nasais tipo óculos de oxigênio e vários cateteres intravenosos de marcas diversas.

Os investigadores foram informados de que nenhum servidor do hospital tem autorização para retirar medicamentos ou instrumentos hospitalares da unidade. A profissional foi encaminhada para a DHPP e alegou desconhecimento sobre a maioria dos objetos encontrados em sua bolsa, somente reconhecendo os cateteres nasais, que disse ter o costume de “manter em sua bolsa” para atender emergência de estabilização. Porém, em depoimento, ela respondeu que eram seus e que os utilizava em plantões particulares.

Um profissional de enfermagem ouvido na delegacia confirmou que todos os materiais encontrados com a enfermeira são de propriedade do hospital e que os códigos que constam são de controle interno da farmácia da unidade, como forma de saber como está sendo utilizado. Ele informou ainda que a profissional detida tinha a função da triagem dos pacientes, o que não abrangia a realização de testes covid, que é realizada por enfermeiros próprios da unidade hospitalar. Ele destacou que o servidor do hospital não tem autorização para sair com medicamentos ou instrumentos de trabalho.

A diretora do hospital compareceu à DHPP e também atestou a propriedade do material encontrado como sendo da unidade e frisou que os equipamentos de acesso venoso e nasal são de aquisição e uso estritamente médico hospitalar.

Outras informações coletadas pelos investigadores foram obtidas em conversa de aplicativo de mensagem do celular da enfermeira, que foi acessado pelos policiais com o consentimento formal dela e de seu advogado. Em um trecho de conversa entre ela e um médico para acertar o valor de uma visita, a enfermeira pergunta se será necessário levar os materiais ou o paciente já tem, pois caso tenha que levar, o valor cobrado será maior. “..vai ter que cobrar R$ 300 pois o material é muito caro e não consegue achar”, diz trecho do diálogo, conforme consta no auto da prisão em flagrante.

Na mesma conversa, a enfermeira avisa ao médico que se ele precisar de qualquer material, “é só ele avisar que ela consegue também, pois quem não tem conhecimento hospitalar, para comprar é complicado.”

O delegado Caio Fernando Albuquerque autuou a enfermeira em flagrante pelo crime de peculato e encaminhou representação ao Poder Judiciário pela conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva. O auto de flagrante será remetido à 2ª Delegacia de Polícia de Cuiabá, que dará sequência à investigação.

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