
De acordo com o promotor de Justiça Allan Sidney do Ó Souza, informações divulgadas pela imprensa revelam que, dois dias antes do crime, Scheifer comunicou aos seus superiores sobre a instauração de procedimento administrativo contra o cabo da PM. Ainda conforme a imprensa, dias depois o procedimento foi arquivado pelo então comandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope), tenente coronel PM José Nildo Silva de Oliveira.
Em depoimento prestado à Justiça no dia 11 de abril, no entanto, Nildo negou ter conhecimento de qualquer desavença entre o tenente morto e dos demais integrantes da equipe. Para o Ministério Público, a existência de procedimento administrativo instaurado pela vítima em desfavor do acusado, inclusive com aparente determinação de arquivamento pela testemunha José Nildo Silva de Oliveira, “é absolutamente relevante à elucidação dos fatos”.
Scheifer morreu com um tiro no tórax durante operação de busca a suspeitos de assalto a bancos, em Matupá (204 km de Sinop). Inicialmente foi informado que teria sido atingido por bandidos. Porém, uma perícia técnica comprovou que foi do fuzil de um cabo da PM que saiu o disparo que atingiu o tenente do Bope. Outros dois policiais foram denunciados como cúmplices ao dar a versão sobre a morte no confronto.
A motivação do crime, segundo o MPE, foi evitar que o tenente Sheiffer adotasse medidas contra os denunciados que pudessem resultar em responsabilização e até mesmo eventual perda da farda, por desvio de conduta em uma operação que culminou na morte de um dos suspeitos de roubo na modalidade “novo cangaço”.


