A decisão da prefeitur de adquirir parte de uma área hipotecada, com autorização da Câmara de Vereadores, no mês de julho de 2008, pode comprometer o projeto da empresa cearense TBM Têxtil – Indústria e Comércio instalar uma unidade de tecelagem em Rondonópolis. O alerta foi feito nesta quinta-feira, dia 12 de janeiro, pelo Procurador Geral do Município, Efraim Alves dos Santos, e o secretário de Desenvolvimento Econômico, Valdemir Castilho Soares, o Biliu. A empresa que vai gerar cerca de 400 empregos na cidade, estipulou prazo de 30 dias para a prefeitura resolver a situação e liberar a área de 25 hectares para instalação do projeto têxtil.
Biliu disse que deparou com o problema na primeira semana de janeiro, quando os representantes da empresa o procuraram em busca de solução. A administração anterior pagou R$ 500 mil pela área que deve ser desmembrada de um total de 2.140 hectares da Fazenda Guarita, nas margens da rodovia BR-163, na saída para Campo Grande. A compra foi autorizada pela Câmara de Vereadores que aprovou a lei 5.509, de 30 de junho de 2008.
Mas, a área total está hipotecada em favor da empresa ADM, desde 2005. Biliu explica que a ADM demonstra boa vontade para resolver o problema e garantir o investimento na cidade. Apesar disso, não consegue efetivar o desmembramento da área por outros problemas, como a dificuldade de fazer o georreferenciamento necessário.
O secretário observa que a administração anterior deveria ter agido de forma mais criteriosa na hora de comprar a área com recursos públicos. “Todas as pessoas que vão adquirir um imóvel se preocupam em verificar se o imóvel está livre e desempedido. Portanto, os responsáveis pela compra feita pela prefeitura deveriam ao menos ter observado a condição do terreno, antes de pagar R$ 500 mil por ele”, disse.
O Procurador Efraim Santos disse que a medida judicial adotada foi a de encaminhar o processo para o Ministério Público que deve apurar a responsabilidade pelo caso. A preocupação maior, avalia o procurador, é a prefeitura ter que comprar outra área para instalar a empresa, depois de já ter pago R$ 500 mil de recursos públicos num terreno penhorado. Biliu busca outras alternativas para solucionar o problema.
O investimento da ordem de R$ 41 milhões é para instalação de uma unidade de industrialização de fiação de fibras vegetais e sintéticas, fabricação de fios de algodão e fios mistos, produção de malha e comercialização desses produtos no mercado nacional e internacional. O prazo para conclusão da obras, estipulado na lei de autorização da compra, é de dois anos. A empresa que comprou algodão antecipado para começar a produção local, cobra uma solução imediata, por parte da prefeitura.