Técnicos do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB) que estiveram sexta-feira, sábado e ontem em Juara, Tabaporã, Porto dos Gaúchos e Novo Horizonte para instalação de novos equipamentos sismográficos a fim de analisar tremores de terra, como o que atingiu a região no último dia 24, que registrou 4,7 pontos na escala Richter.
O tremor da última semana foi detectado ao sul do Município de Tabaporã e foi considerado moderado. O tremor não causou vítimas, mas deixou os moradores da região assustados.
A região atingida e a ser analisada compreende quatro Municípios – Juara, Tabaporã, Novo Horizonte do Norte e Porto dos Gaúchos – e conforme o coordenador do observatório, Lucas Barros, estão localizados em uma importante falha geológica do subsolo brasileiro, o que explica o número de tremores ocorridos nos últimos anos. Em 1998 foi registrado um tremor na região de 5,1 na escala Richter, sendo que do mesmo ano até 2001, o Observatório Sismológico registrou cerca de três mil pequenos tremores de terra.
“A instalação da rede sismográfica permitirá a produção de sismas artificiais para determinar com exatidão a falha geológica da região, detectar a reincidência dos sismas no local e fornecer informações que possam embasar o trabalho da Defesa Civil no Estado”, afirmou Lucas.
“Na região atingida pelos tremores vivem aproximadamente 300 mil pessoas e, de acordo com o coordenador da Defesa Civil no Estado, Domingos Iglesias, o trabalho da equipe do Observatório servirá como parâmetro para os trabalhos de prevenção e ainda o aconselhamento aos moradores na construção de edificações mais resistentes aos tremores.
No Vale do Arinos também foi registrado o maior tremor de terra ocorrido no Centro-Norte do País – de 6,6 pontos – ocorrido em 1955 quando a região ainda era desabitada.
O coordenador do observatório afirma ainda que os estudos são importantes para o conhecimento e informações sobre o interior da Terra. “Considerado um país assismíco, os investimentos na área de sismologia ainda são pequenos no País. Temos hoje 30 pontos de estudos em todo o território”, destaca Lucas.
